ATA DA TRIGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 24-4-2008.
Aos vinte e quatro dias do mês de abril do ano de
dois mil e oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho,
a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi
realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Alceu Brasinha, Dr.
Raul, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz,
João Carlos Nedel e Luiz Braz e pelas Vereadoras Margarete Moraes, Maria Luiza,
Maristela Maffei e Neuza Canabarro. Constatada a existência de quórum, a
Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho,
Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini,
Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, José
Ismael Heinen, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Meneghetti, Maurício
Dziedricki, Mauro Zacher, Nereu D'Avila, Nilo Santos, Professor Garcia, Sofia
Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Carlos
Todeschini, o Projeto de Lei do Legislativo nº 090/08 (Processo nº 2532/08);
pela Vereadora Maria Luiza, o Projeto de Lei do Legislativo nº 085/08 (Processo
nº 2514/08). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 974/08, do Senhor
Roberto Maciel Zeni, Gerente de Desenvolvimento Urbano da Caixa Econômica
Federal – CEF –; 318322 e 318436/08, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério
da Saúde. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Vigésima
Primeira e Vigésima Segunda Sessões Ordinárias e da Quinta Sessão
Extraordinária. A seguir, constatada a existência de quórum deliberativo, foi
aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador Dr. Raul, solicitando
alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão, iniciando-se o período de
COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar o transcurso do sexagésimo quarto
aniversário do Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre – HPS –, nos termos
do Requerimento nº 019/08 (Processo nº 2000/08), de autoria do Vereador Dr.
Raul. Compuseram a Mesa: a Vereadora Margarete Moraes, presidindo os trabalhos;
os Senhores Paulo Roberto Franco Azambuja e Márcio Pizzato, respectivamente Diretor-Geral
e Diretor-Técnico do HPS. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Dr. Raul saudou o
transcurso do sexagésimo quarto aniversário do Hospital de Pronto Socorro de
Porto Alegre, salientando a relevância da experiência adquirida por Sua
Excelência como estagiário dessa instituição no início de sua carreira
profissional como Médico. Além disso, mencionou a necessidade de contratação de
mais pessoal e de expansão e modernização das instalações físicas do HPS,
divulgando medidas gerenciais que deveriam ser adotadas nesse sentido. Em
continuidade, a Senhora Presidenta registrou as presenças, neste Plenário, de
alunos, da Professora Marta Bitencourt e do Vice-Diretor Sergio Lutz, do
Colégio Concórdia, que comparecem à Câmara Municipal de Porto Alegre para participar
do Projeto de Educação Política, desenvolvido pelo Memorial desta Casa. Em
COMUNICAÇÕES, o Vereador João Bosco Vaz discorreu sobre a importância do
Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre para a população rio-grandense, destacando
a competência e o empenho da equipe dessa instituição no atendimento emergencial
que presta. Também, recordou ocasião em que o filho de Sua Excelência utilizou
os serviços do HPS e destacou a justeza de se prestarem homenagens a pessoas e
entidades que engrandecem a Cidade. O Vereador João Antonio Dib destacou o
atendimento que recebeu no HPS, por ocasião de acidente sofrido por Sua Excelência
há quarenta anos, lembrando que a construção desse Hospital ocorreu durante a
gestão do ex-Prefeito José Loureiro da Silva. Nesse sentido, parabenizou o transcurso
do sexagésimo quarto aniversário dessa entidade e propugnou por maiores investimentos
e realização de obras de ampliação do HPS, enfatizando a atuação dos médicos
Luiz Carlos Ely e Sérgio Catani nessa instituição. Após, o Vereador Mauro
Zacher manifestou-se em relação à presença de representantes do Colégio Concórdia
neste Plenário e à homenagem ora realizada ao Hospital de Pronto Socorro de
Porto Alegre. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Aldacir Oliboni discorreu acerca das
dificuldades enfrentadas rotineiramente no Hospital de Pronto Socorro, referindo-se,
em especial, aos problemas causados pela escassez de recursos financeiros e
pelo alto número de pacientes encaminhados a essa instituição. Nesse contexto,
asseverou que as condições do HPS devem melhorar com a construção de novos postos
de atendimento emergencial e com a destinação de mais verbas federais para a
saúde pública. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Claudio Sebenelo
pronunciou-se acerca da dedicação dos funcionários do Hospital de Pronto
Socorro de Porto Alegre, ressaltando que os problemas técnicos e financeiros
dessa instituição conseguem ser superados de tal forma que sua credibilidade
junto à população nunca diminui. Ainda, destacando a relevância do atendimento
universal prestado pelo HPS, considerou-o um exemplo de seriedade e competência
a ser seguido por outros órgãos públicos. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Elói
Guimarães discorreu sobre o papel fundamental do Hospital de Pronto Socorro no
atendimento às emergências médicas da Grande Porto Alegre, lembrando que essa
instituição tem credibilidade pública nacional e internacional. Sobre o tema,
exaltou o trabalho realizado pela equipe de funcionários do HPS, afirmando que
não apenas a competência técnica, mas também a vocação de seus servidores são
fatores que, por si só, justificariam a presente homenagem. O Vereador Dr.
Goulart parabenizou a iniciativa do Vereador Dr. Raul em comemorar nesta Casa o
aniversário de sessenta e quatro anos do Hospital de Pronto Socorro. Sobre o
assunto, registrou características que ressaltam a importância dos serviços
prestados pelo HPS, como a universalidade no atendimento prestado aos
pacientes, sejam eles ricos ou pobres, justificando a necessidade de ampliação
e modernização dessa instituição. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu
a palavra ao Senhor Paulo Roberto Franco Azambuja, que destacou a importância
do registro hoje efetuado pela Câmara Municipal de Porto Alegre, relativamente
ao transcurso do sexagésimo quarto aniversário do Hospital de Pronto Socorro de
Porto Alegre. Às quinze horas e quatorze minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e dezesseis minutos,
constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Guilherme
Barbosa reportou-se à reunião ocorrida hoje pela manhã na Comissão de Direitos
Humanos, Defesa do Consumidor e Segurança Urbana, que discutiu a possibilidade
de remoção de famílias da Vila Parque Farroupilha, na Zona Norte do Município,
em função de obras municipais nas imediações desse loteamento. Sobre o assunto,
propugnou por maior participação de representantes do Executivo Municipal na
discussão desse problema. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Mauro Zacher debateu
a necessidade do processo de revitalização do 4º Distrito de Porto Alegre,
ressaltando aspectos que tornam essa região uma das mais importantes da Cidade.
Nesse contexto, discutiu as reivindicações apresentadas pela Associação dos
Amigos do 4º Distrito, da qual Sua Excelência é Presidente, na busca de
soluções em parceria com o Poder Público para enfrentar os problemas
verificados nessa região da Cidade. O Vereador Nereu D'Avila reportou-se sobre
a importância da Comissão Especial criada nesta Casa para a Revisão do Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre, relatando os
trabalhos realizados por essa Comissão e as reuniões públicas com representantes
da Sociedade Civil Organizada, no sentido de atualizar e aprimorar essa Lei.
Sobre o assunto, enfatizou os esforços para que a proposta encaminhada pelo
Executivo seja aprovada ainda neste ano. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora
Margarete Moraes solicitou explicações da Prefeitura Municipal para a
substituição, nas escolas municipais, do programa de computador gratuito Linux,
gerenciador do sistema operacional de computadores portáteis, para programas da
empresa Microsoft, com licenciamento pago. Também, denunciou irregularidades e
questionou os critérios na seleção dos concorrentes e jurados do Prêmio
Açorianos de Dança. A Vereadora Neuza Canabarro convidou os Vereadores a participarem dos
debates promovidos pelo Fórum das Entidades, relativos ao Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre. Sobre o assunto, destacou
diretrizes aprovadas por esse Fórum, acerca do controle sobre o uso e ocupação
do solo, à ampliação da área de preservação definida como topo de morro e à
retomada da classificação de zona rural em determinadas regiões da Cidade. O
Vereador Maurício Dziedricki registrou a presença, neste Plenário, de representantes
da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas de Porto Alegre,
discorrendo sobre a 1ª Conferência Nacional da Juventude, a ocorrer do dia
vinte e sete ao dia trinta de abril do corrente, em Brasília – DF. Além disso,
propugnou pela valorização dos serviços de transporte coletivo, analisando o
significado dessa forma de locomoção em termos econômicos, sociais e de
preservação do meio ambiente. A Vereadora Maristela Maffei comentou reunião
realizada hoje pela Comissão Especial constituída nesta Casa para avaliar do
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 008/07, que institui o Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre. Nesse sentido,
abordou relatório parcial apresentado na
ocasião pela Sub-Relatoria IV, coordenada por Sua Excelência, que
analisa questões atinentes aos Projetos Especiais do Centro da Cidade e do Cais
do Porto. O Vereador José Ismael Heinen leu trechos de manifesto divulgado pelo
Democratas, de solidariedade ao General Augusto Heleno Pereira, Comandante
Militar da Amazônia, em face de manifestação desse militar quanto aos perigos
da influência internacional em terras indígenas brasileiras. Finalizando,
comparou a qualidade dos serviços de saúde hoje verificados no País com os existentes
no período em que o Brasil foi governado por militares, após mil novecentos e
sessenta e quatro. O Vereador Dr. Raul, asseverando ser o Programa de Saúde da
Família instrumento essencial de assistência às comunidades carentes do
Município, defendeu a adoção de medidas que viabilizem recursos para a área,
garantindo a valorização dos profissionais que atuam nesse Programa e a
qualificação do atendimento médico oferecido à população. Ainda, referiu-se ao
Projeto de Lei do Legislativo nº 056/08, que institui o Dia do Médico de
Família e de Comunidade. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª
Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 046, 047, 048 e 072/08
e 248/07, este discutido pelo Vereador João Antonio Dib, o Substitutivo nº 02,
aposto ao Projeto de Lei do Legislativo nº 198/06, o Projeto de Lei do
Executivo nº 019/08, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Guilherme
Barbosa, os Projetos de Resolução nos 013, 018 e 019/08; em 2ª
Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 037, 044, 045, 054,
060, 064 e 056/08, este discutido pelo Vereador Aldacir Oliboni, o Projeto de
Lei do Executivo nº 020/08, o Projeto de Resolução nº 009/08. Na ocasião, a
Vereadora Maristela Maffei manifestou-se, informando ter protocolado proposta
para realização de Audiência Pública para debates quanto a ações públicas a
serem implantadas em Porto Alegre, voltadas ao desenvolvimento científico e tecnológico
da Cidade. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal,
formulado pelo Vereador João Bosco Vaz, solicitando alteração na ordem de
apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, tendo se manifestado a
respeito o Vereador Haroldo de Souza. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado
o Projeto de Lei do Legislativo nº 176/06, com ressalva da Emenda aposta, após
ser encaminhado à votação pelos Vereadores Adeli Sell, Haroldo de Souza e Nilo
Santos. Foi aprovada a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº
176/06. Em Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 042/07, com
ressalva da Emenda aposta, por vinte e três votos SIM e um voto NÃO, em votação
nominal solicitada pela Vereadora Maristela Meneghetti, tendo votado Sim os
Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Beto Moesch, Carlos
Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Dr. Raul, Ervino Besson, Guilherme
Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel,
José Ismael Heinen, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Luiza, Maristela Maffei,
Mauro Zacher, Neuza Canabarro, Professor Garcia e Valdir Caetano e Não a
Vereadora Maristela Meneghetti. Foi aprovada a Emenda nº 01, aposta ao Projeto
de Lei do Executivo nº 042/07. Em Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 007/06, com ressalva da Emenda aposta, após ser encaminhado à
votação pelos Vereadores Claudio Sebenelo e Beto Moesch. Foi aprovada a Emenda
nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 007/06. Às dezessete
horas e vinte e um minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos
foram presididos pelos Vereadores Carlos Todeschini, Ervino Besson e João
Antonio Dib e pela Vereadora Margarete Moraes, os dois últimos nos termos do
artigo 27, parágrafo único, do Regimento, e secretariados pelos Vereadores
Ervino Besson e Luiz Braz, este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Ervino
Besson, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após
distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Dr.
Raul está com a palavra para um Requerimento.
O SR. DR. RAUL (Requerimento): Presidenta
Margarete, eu gostaria de solicitar a inversão da Pauta; que pudéssemos passar
ao período de Comunicações, em que homenagearemos o Hospital de Pronto Socorro.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em votação o
Requerimento proposto pelo Ver. Dr. Raul. (Pausa.) Os Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Passamos às
Hoje
este período é destinado a assinalar o transcurso do 64º aniversário do
Hospital de Pronto Socorro, nos termos do Requerimento nº 019/08, de autoria do
Ver. Dr. Raul, Processo nº 2000/00. Convidamos para compor a Mesa o Sr. Paulo
Roberto Franco Azambuja, Diretor-Geral do Hospital de Pronto Socorro, e o Sr.
Márcio Pizzato, Diretor Técnico do HPS. Sejam bem-vindos, é uma honra
recebê-los nesta Casa.
O Ver. Dr. Raul, proponente desta homenagem, está
com a palavra.
O SR. DR. RAUL: Exma Srª Margarete
Moraes, presidindo os trabalhos; Vereadores e Vereadoras; Dr. Paulo Roberto
Franco Azambuja, Diretor-Geral do HPS; todos que aqui prestigiam esta
solenidade, funcionários do Hospital, pessoas que nos assistem pela TVCâmara,
com muita satisfação propus esta homenagem ao HPS, e de forma muito especial,
porque agora, como Vereador, posso relembrar o muito que o HPS fez pela minha
vida como médico de Saúde Pública, quando lá fui estagiário há trinta anos.
Trinta anos se passaram, eu estou aqui e tenho a oportunidade de homenagear o
Hospital no aniversário dessa Instituição tão importante para a cidade de Porto
Alegre na área da Saúde Pública. Na época, o concurso para conseguir uma vaga
de estagiário era dificílimo, só com muito estudo consegui entrar nos quadros
da Instituição. O HPS, para formação médica, foi e é de grande relevância não
só para mim como também para tantos e tantos profissionais que por lá passaram
e passam nos dias atuais. Muito eu aprendi com os profissionais do nosso
Hospital de Pronto Socorro, com aquela tensão do enfrentamento das questões
difíceis; das emergências a que todos os médicos devem se acostumar. Foi o HPS
que deu a tranqüilidade para que eu pudesse hoje estar aqui trabalhando como
médico e também como Vereador de Porto Alegre.
Está presente o nosso Dr. Paulo Azambuja,
Diretor-Geral - ele nem sabe disto, mas quem me ensinou a fazer a primeira
sutura na área da Plástica foi ele. Eu lembro até hoje que foi uma sutura
intradérmica - tinha um nome muito difícil na época -, era uma sutura especial,
não era com aqueles pontos comuns. Além do Dr. Azambuja, tantos outros
profissionais me ensinaram, assim como ensinam a tantos outros que prestam seus
serviços ao HPS na nossa Cidade.
Na minha época - eu acredito que até os dias de
hoje - o aprendizado no HPS começava pelo próprio porteiro. Quando nós
estudantes chegávamos lá, o porteiro sabia mais do que a gente e nos orientava;
o segundo passo eram as salas. Então, passávamos na sala de Clínica; nas salas
masculina e feminina, na sala de Sutura; na sala de Politraumatizados, em
tantos locais, fazia-se um rodízio, por isso tivemos oportunidade de passar
pela Cirurgia, pela Traumato, pela Neuro e acompanhar oftalmos, otorrinos,
enfim. Hoje no HPS há mais de 17 especialidades, que fazem com que tenhamos a
segurança de um bom atendimento.
Estamos aqui comemorando os 64 anos de existência
do nosso HPS. A gente sabe que agora está havendo uma certa dificuldade para a
reposição de pessoal do quadro funcional, que, por aposentadoria, afastamentos
diversos, limitação de funções devido a doenças profissionais e ao acúmulo de
horas-extras também dentro da Instituição, está reduzido. E nós estamos
acompanhando a Direção atual, bem como a associação de funcionários, tentando
fazer, enquanto Poder Legislativo Municipal, a fiscalização e o encaminhamento
das demandas tão necessárias para o bom funcionamento da Instituição. Estamos
informados de que o Programa QualiSUS está com os convênios assinados e
aprovados, e o edital está pronto para ser lançado. Os últimos entraves foram
removidos, e estamos vigilantes para que as reformas de ampliação do HPS se
iniciem o mais breve possível. O HPS, na realidade, nós sentimos como o coração
do nosso Sistema de Saúde Pública Municipal. Como todo o coração, sujeito a
algumas isquemias e batendo sempre, funcionando 24 horas, em meio a sístoles,
diástoles, salvando vidas, o que é o mais importante para todos nós. O que
queremos mesmo é mantê-lo e qualificá-lo.
E eu gostaria de concluir saudando, em nome da
população de Porto Alegre, a quem representamos como Vereadores, mais esse
aniversário do nosso Hospital de Pronto Socorro. Estamos trabalhando na
sensibilização da gestão pública em todos os níveis - municipal, estadual e
federal -, para que mantenham o foco na Direção do HPS, na valorização e na sua
qualificação. Eu não podia deixar de registrar a confiança que a população, ao
longo dos anos, tem no HPS, que é mérito de todos que estão aqui e de todos os
mais de mil funcionários que trabalham no HPS. Algo adquirido através do
trabalho de todos os profissionais e da capacidade de todos ao longo de tantos
anos.
Só para concluir, gostaria de desejar muita saúde
ra todos, especialmente ao HPS. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Neste momento,
em que estamos homenageando o HPS, nós queremos registrar com muito
carinho a visita de 59 alunos da 7ª Série do Colégio Concórdia, sob a
coordenação da Professora Marta Bitencourt e do Vice-Diretor Sérgio Lutz. Essa
atividade faz parte do Projeto de Educação Política realizado pelo Memorial da
Câmara Municipal de Porto Alegre. Sejam todos bem-vindos nesta Casa. (Palmas.)
O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Nereu D’Avila.
O
SR. JOÃO BOSCO VAZ: Srª
Presidenta, Verª Margarete Moraes; Dr. Azambuja, Ver. Haroldo de Souza, soube
que deu um tremelique no Dr. Azambuja quando ele foi jogar tênis ontem à tarde
no Estádio Beira-Rio. Ele ficou nervoso, não teve tempo nem coragem de ir ao
jogo, mas hoje ele está feliz, contente, porque obteve um tratamento
especialíssimo no Hospital de Pronto Socorro, tranqüilizaram-no. Hoje ele está
alegre aqui, representando o Hospital de Pronto Socorro, juntamente com os
funcionários, com os Diretores. Há 64 anos o Hospital de Pronto Socorro se
dedica - sempre Prefeito João Antonio Dib - a salvar vidas, a qualificar seus
profissionais. Por isso é importante, Ver. Dr. Raul, médico, a sua iniciativa
de vir aqui resgatar a história desses 64 anos, de reconhecer a qualidade do
atendimento, reconhecer a qualidade do quadro funcional e a importância do
Hospital de Pronto Socorro não só no Município de Porto Alegre, mas também no
Estado do Rio Grande do Sul. Quando falamos em ambulancioterapia, lembramos que
muitos Municípios não têm condições e colocam os seus enfermos em ambulâncias
para virem a Porto Alegre, ao Hospital de Pronto Socorro. E nunca o Hospital de
Pronto Socorro se negou a recebê-los, mesmo estando com a sua capacidade de
ocupação, muitas vezes, lotada. Por diversas vezes, os profissionais que cuidam
dos casos diversos fazem com que o Hospital de Pronto Socorro cumpra o seu
trabalho.
Eu
tive uma amizade mais estreita com dois ex-Diretores do Hospital de Pronto
Socorro, com o Dr. Motta, que Deus o tenha, e com o Dr. Meyer, de quem fui
vizinho; com o meu sogro Varlei, que foi administrador do Hospital de Pronto
Socorro; com a avó da minha esposa, Dona Santuza, que foi uma das primeiras
enfermeiras do Hospital de Pronto Socorro. Tenho um carinho muito especial pelo
trabalho que faz o Hospital de Pronto Socorro. Vejo aqui a Sandra, que hoje
ocupa a chefia da enfermagem - nós nos criamos juntos, em Porto Alegre e em
Bagé, com os primos, com os irmãos dela, com todos os amigos - e que também faz
um trabalho importante lá.
É
isso, é tratar com a saúde, tratar com as pessoas, tratar com o ser humano que
está ali fragilizado, que está ali sensibilizado, que está carente, precisando
de uma solução para o seu problema, Dr. Azambuja; este é o treinamento, esta é
a capacidade dos funcionários do Pronto Socorro: amor, dedicação, carinho, uma
palavra de conforto. Nunca esqueço - e sou grato por isso - quando meu filho,
que hoje tem 23 anos, tinha dois ou três anos de idade e teve uma convulsão
febril. Eu tive que entrar Pronto Socorro adentro, de madrugada,
meu filho já estava lá, eu estava fora, o corpo médico todo em volta, sem saber
que ele era meu filho, tinha sido levado para lá e teve um atendimento de
dedicação, de carinho, de qualidade.
Dr.
Raul, parabéns mais uma vez por esta iniciativa. São coisas que nós,
Vereadores, temos que fazer aqui, resgatar essas instituições, essas entidades
que, de uma forma ou de outra, engrandecem esta Cidade, dão valor a esta
Cidade, que não tem só violência, corrupção, assassinato, assalto; a Cidade tem
grandes entidades, grandes homens, grandes mulheres, um grande povo e tem o
Pronto Socorro. Parabéns a todos! (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes):
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações, por cedência de
tempo do Ver. Professor Garcia.
Eu
passo a presidência dos trabalhos ao nosso querido Ver. Carlos Todeschini,
Vice-Presidente.
(O Ver. Carlos Todeschini assume a
presidência dos trabalhos.)
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) Neste momento, estou nesta tribuna
falando porque, quando foi necessário, o Pronto Socorro estava lá, funcionando
na sua plenitude - era dia 31 de dezembro, véspera de Ano Novo, 1968, portanto
o Pronto Socorro tinha 24 anos, hoje tem 64 anos e cinco dias. E lá, naquele
momento, encontrei o melhor corpo médico, o melhor corpo de enfermagem,
atendentes, servidores que, ao longo de três meses e cinco dias, me deram
assistência total. Dos que me deram assistência total, quero dizer que está
presente neste momento o Dr. Miguel Muratore, neurocirurgião, que à época ainda
era estudante, estava no último ano e acompanhava aquela figura extraordinária,
o Dr. Ricardo Gavenski, que, no meu entendimento, foi um dos maiores
neurocirurgiões que este Estado teve, e isso ouvi na Inglaterra, dito por um
professor da Universidade de Londres - que foi professor do Ricardo Gavenski,
assim como foi também do Miguel Muratore, que continua me cuidando até hoje.
Mas
eu quero ler aqui um trecho de autoria do Prefeito Loureiro da Silva (Lê.): “Ao
assumir a Prefeitura encontrei o serviço de assistência pública bastante
deficiente, principalmente no referente às instalações fixas. Existia um único
posto de socorro imediato, localizado em prédio alugado e em lamentáveis
condições higiênicas. Além disso, esse posto estava colocado em um ponto
excêntrico em relação ao espaço total urbano, o que dificultava sobremaneira o
transporte dos acidentados”. Daí foi feito um convênio com o Estado, que
recebeu o Centro de Saúde Modelo e ajudou a construir o Pronto Socorro. Mas o
Pronto Socorro, naquele tempo, já tinha uma preocupação grande de não somente
ser um hospital, mas de poder proporcionar uma escola para os servidores. Eu
havia separado um trecho para ser lido, mas não estou conseguindo localizá-lo.
Previa-se um anfiteatro com cem lugares para que não só os estagiários aprendessem
a exercer a sua profissão, como também para que os residentes pudessem ter
ocasião de aprimorar os seus conhecimentos.
O
Pronto Socorro foi criado naquele ponto escolhido, com três pavimentos, mas com
possibilidade de ter oito pavimentos. Na verdade eles iriam fazer cinco,
fizeram três, o Prefeito Telmo Thompson Flores fez um quarto pavimento, e
depois um novo prédio foi construído ao lado. Nós imaginávamos que boa parte do
Hospital seria transferida para lá, lamentavelmente não foi. De qualquer forma,
o Pronto Socorro atende de forma eficiente, eficientíssima mesmo, todos aqueles
que lá acorrem, em número de 500, 600, mais ou menos, diariamente. É difícil
encontrar uma pessoa em Porto Alegre que não tenha um relacionamento com o
Pronto Socorro. Eu já levei meu filho para ser atendido lá, levei minha irmã,
minha sobrinha, já fui atendido - imagino que todos nós aqui tenhamos algum
parente ou amigo que lá foi atendido.
E
cada vez melhor o Pronto Socorro atende, mas sempre com muita dificuldades. Acho
que esse Hospital precisaria de mais recursos, e nós temos recebido em Porto
Alegre menos recursos do Governo Federal desde 2002, quando, pela última vez,
recebemos 307 milhões de reais, e só no ano passado é que chegamos a 325
milhões de reais; mas, se corrigíssemos os 307, teríamos 450 milhões de reais.
Então tem sido dada muito pouca atenção à Saúde em Porto Alegre de parte do
Governo Federal. Eu espero que o Pronto Socorro continue crescendo, continue
com seus servidores, seus médicos, seus enfermeiros, seus atendentes, seus
auxiliares, com todos, que lá servem com o mesmo carinho todos os doentes que
procuraram o Hospital.
Eu
tenho uma reivindicação a fazer, Dr. Paulo: há vários anos, talvez mais de dez,
eu venho solicitando, a pedido de médicos do Pronto Socorro, que sejam
homenageados os médicos Luiz Carlos Ely, do bloco cirúrgico, e Sérgio Catani
de Curtis, do setor de traumatologia. Isso vem sendo pedido desde quando o
Dr. Curtis ainda era vivo, ele não está mais no nosso meio há muito tempo. Portanto,
vou também mandar uma cópia a V. Sª para que talvez nós consigamos fazer do
Centro de Estudos, que é uma glória do Hospital de Pronto Socorro, uma
homenagem a esses médicos que deram muito de si. Foram seus colegas médicos que
felizmente estão vivos por aí que pediram que isso acontecesse. Saúde e PAZ!
Longa vida ao Pronto Socorro e sucesso!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. MAURO ZACHER: Sr.
Presidente, Ver. Carlos Todeschini; como foi citado aqui o Colégio Concórdia,
eu gostaria de fazer uma saudação especial, porque este foi o Colégio de toda a
minha atividade escolar. Eu vejo aqui o Professor Sérgio, Vice-Diretor da
Escola, na qual fiz muitos amigos e deixei muitos amigos. Também deixo a minha
homenagem especial ao Hospital de Pronto Socorro. Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Foi
feito o registro, Ver. Mauro Zacher.
O
Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra em Comunicações, por cedência da Verª
Maristela Maffei.
O
SR. ALDACIR OLIBONI:
Saudações ao nosso Presidente, Ver. Carlos Todeschini, e ao nosso Diretor do
HPS, Paulo Roberto Franco Azambuja. Agradeço de imediato a cedência aqui
proferida pela Verª Maristela Maffei, do PCdoB, a quem agradecemos muito.
Saudamos os Vereadores, as Vereadoras e a comunidade do HPS.
Realmente,
se nós formos avaliar do ponto de vista da importância que tem um trabalhador
da Saúde, meu nobre Diretor, vamos perceber que Porto Alegre ainda é a grande
vanguarda, é a grande acolhedora das necessidades mais importantes, que é a
preservação da saúde do ser humano, e o HPS tem sido, nesses seus 64 anos,
exemplo, modelo, e muito mais do que isso: milhares, milhões de vidas foram ali
salvas em função do quadro dos seus funcionários. Não é por acaso que às vezes esta Casa vem pautar aqui as enormes
dificuldades que temos na Saúde, não é a questão política, embora os
trabalhadores sofram muito com a mudança da questão política. Mas o HPS, Ver.
João Antonio Dib, tem sido um dos hospitais que, para fora, dá o bom exemplo,
mas, para dentro, sofre as necessidades elementares, às
vezes até há falta de gaze, por exemplo, para fazer um curativo. Nós passamos
por inúmeras crises, e muitas delas esta Casa acompanhou, todas elas. O bom
exemplo e a dedicação de todos os seus servidores se expressam profundamente no
resultado final do seu atendimento.
O HPS, nos últimos anos, tem recebido
muito pouco recurso. Lembro-me, por exemplo, da Gestão de Roberto Coral, na
nossa Gestão, a qual tinha uma enorme dificuldade de poder a atual estrutura
que lá existe, imaginem os senhores pensar num projeto futuro. E havia um
projeto para o futuro, que era toda a ampliação e a modificação do andar
térreo, com nove milhões destinados do QualiSUS. E, diga-se de passagem, o
projeto que não foi executado. Os nobres Diretores que passam por lá têm
enormes dificuldades de combater até mesmo uma bactéria, porque não possuem os
instrumentos necessários para superar esse momento tão crítico, morrendo ali
muitas vidas, e isso se torna uma enorme decepção para o Gestor Público.
Porque, se nós não tivermos ou dermos estrutura adequada aos Diretores que
estão lá no dia-a-dia ao lado dos pacientes, dos servidores, não teremos
condições de superar as dificuldades como gestores da Saúde.
Portanto, Ver. Raul, quero parabenizá-lo
por esta iniciativa, é um ato festivo, um ato de gratidão, de amor e de
agradecimento a todos os servidores daquela casa, que, ao longo desses anos,
nobre Diretor, tem sido, sim, exemplo, modelo. A isso está também agregado o SAMU, um serviço que deve ser
ampliado, que deve ser estruturado, mas que é, sem dúvida nenhuma, um exemplo
para todo o Estado do Rio Grande do Sul, que, inclusive, às vezes, tem feito um
trabalho, na Grande Porto Alegre, exemplar para os Municípios próximos.
Parabéns ao Hospital de Pronto Socorro! Parabéns, nobre Diretor, nobres
funcionários! Que Deus nos ajude para que a cada ano os Governos que por aqui
passem possam dar atenção primária a todo o serviço que lá é desenvolvido.
Parabéns,
saúde para todos! (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O
Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente, Ver. Todeschini; queria dar um grande abraço ao meu amigo Dr.
Azambuja, e, abraçando o Dr. Azambuja, eu abraço o nosso queridíssimo Hospital
de Pronto Socorro Municipal. Gostaria de dizer que o Hospital é um marco na
Cidade, ele é uma marca registrada quando falamos em dedicação de funcionários,
quando falamos da postura de um hospital que se adiantou a todos os outros e
começou a ter uma política de atendimento numa Cidade, um Hospital sempre,
permanentemente, sobrecarregado. Ele conseguiu superar todas as dificuldades e
fazer do seu atendimento um modelo para a Cidade e exportou todos os
conhecimentos da Emergência, do Trauma, do ATLS, especialmente das
condições muitas vezes improvisadas de trabalho.
Queria
lembrar ao Ver. Oliboni que o Hospital de Pronto Socorro Municipal nunca saiu
da crise, vive em crise, trabalha na crise; são Diretores, funcionários, seus
mais humildes funcionários se desdobrando como uma política de atendimento.
Quero dizer que, muitas vezes, tivemos grandes dificuldades, não só nesse
período atual, mas durante a vida inteira! O Pronto Socorro chegou a ser motivo
de demissão de Secretários, pela sua importância e pela repercussão de suas
crises, de que muitas vezes tomávamos conhecimento pelo rádio, de manhã, mas
quem agüentava, como se diz na gíria, “no osso do peito” eram os seus
funcionários. Essa relação de amor entre os funcionários e a população é
intocável, é indesmanchável.
Em
quase todas as instituições em que trabalhamos, vemos, com freqüência, o fim da
credibilidade dessas instituições e, quando falamos nisso, falamos nos
Legislativos, nos Executivos, no Judiciário, no empresariado, numa série de
setores da sociedade que perderam a credibilidade. Quero dizer que a área
hospitalar, ao contrário e contra a onda atual, ganhou credibilidade. As
profissões que são desenvolvidas no Hospital de Pronto Socorro Municipal de
Porto Alegre têm hoje aquilo que se chama de credibilidade, algo que não se
compra no comércio. Isso é cumulado não só por um trabalho, não só pela
dedicação, mas pela idealização de um processo, um processo que se tornou muito
próximo do ideal, com condições, com poucas condições ou nenhuma condição. O
que existe é o engrandecimento da relação humana, a dignidade no atendimento, e
nessa matéria todas as pessoas que trabalham no Hospital de Pronto Socorro de
Porto Alegre são professores.
É
um resgate social, além de um auxílio num momento de grande aflição, além de um
apoio às pessoas mais desprovidas de recursos, pessoas que chegam lá e têm a
expectativa de serem salvas, com um dado estatístico magnífico com que o
Hospital nos brinda pelo seu centro de estudos, tudo isso faz com que ainda
possamos acreditar nas instituições. Se há uma instituição que deve ser
permanentemente homenageada por esta Cidade mais do que pelo cumprimento
dever, por estar acima das necessidades de uma população que merece exatamente
esse tipo de atendimento, essa instituição é o Pronto Socorro. Quem dera todas
as outras instituições públicas tivessem o grau de credibilidade, o grau de
decência e o grau de solidariedade que cada um dos funcionários do Pronto
Socorro presta ao exercer a sua atividade, com esse carinho, com esse amor, com
a compreensão de que somente por intermédio desse tipo de atividade é que nós
podemos crescer, que nós podemos ser um pouco mais harmônicos e menos
violentos, porque o final da violência termina no Hospital Pronto Socorro, ali
começa o ato de amor.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Elói
Guimarães está com a palavra em Comunicações.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Ver. Calos
Todeschini, na presidência dos trabalhos; Dr. Paulo Roberto Azambuja, M.D.
Diretor-Geral do Pronto Socorro; senhores funcionários, funcionárias, enfim,
médicos dessa - eu diria até - sacra instituição.
As instituições exercem papéis na sociedade, os
mais diferentes papéis, mas há instituições que têm papéis transcendentais, e
uma dessas instituições que tem esse papel transcendental é exatamente a
instituição que a Câmara aqui, por proposição do Ver. Dr. Raul, está
homenageando pelo seu sexagésimo quarto aniversário.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Incorporo
a manifestação de V. Exª à nossa fala, Ver. João Antonio Dib.
Quero
dizer que, quando se fala em instituições como o Hospital de Pronto Socorro,
credor da respeitabilidade pública, nacional e internacional... O Hospital de
Pronto Socorro de Porto Alegre tem credibilidade internacional, já por
informações que se tem em trabalhos e conferências internacionais.
Mas
eu vejo, aqui no plenário, Ver. João Antonio Dib, o Sr. Carlinhos Duarte, que
foi alguém - ele está lá sentado - que entrou no Pronto Socorro e foi
ressuscitado. Eu acompanhei até certo ponto a sua via-crúcis e posso dizer que
ele, ali, foi ressuscitado. Essa é toda a verdade. Ele sofreu um acidente de
tal ordem que ali recebeu, por assim dizer, a ressuscitação. Ele ressuscitou no
Pronto Socorro.
Mas,
quando se fala em uma instituição com esse papel, com essa grandeza, nós temos
que trabalhar também com a questão daqueles que constituem aquela instituição,
aquela entidade, porque, quando se fala em Pronto Socorro, vem à mente de todos
nós a edificação do Hospital, o seu entorno, mas lá dentro estão homens e
mulheres vocacionados, porque, para atuar no Pronto Socorro, ou nos
prontos-socorros, em especial no Hospital de Pronto Socorro, não basta ter
habilitação técnica, é preciso ter vocação e sentimento de doação. Ali estão
técnicos dos mais diferentes padrões, seja o médico, a enfermeira, o atendente,
enfim, Ver. Dr. Goulart, ali estão homens e mulheres tecnicamente preparados,
mas que têm profunda vocação para atender o ser humano.
Então
a nossa homenagem ao Hospital de Pronto socorro, à sua respeitabilidade. E aqui
há funcionário antigos, eles sabem que a Câmara Municipal está sempre atenta às
reivindicações do Pronto Socorro, e nem pode ser diferente. A Casa, pelo que o
Pronto Socorro representa, é parceira para todos aqueles momentos em que esse
Hospital tem necessidade de ter, nas questões que lhe interessam, a
participação deste Parlamento. Então, a nossa homenagem, ilustre Diretor, o
nosso reconhecimento, e estamos falando pela Cidade. Perguntem ao povo, à
Cidade, qual é a sua opinião a respeito do Pronto Socorro, e veremos que o
Pronto Socorro é aquela instituição insuperável, por todos os fatores, pela sua
credibilidade, e a população tem confiança, tem verdadeiro amor pelo Hospital
de Pronto Socorro. Obrigado, Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O
Ver. Dr. Goulart está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do
Ver. Maurício Dziedricki.
O
SR. DR. GOULART: Sr.
Presidente dos trabalhos, Ver. Carlos Todeschini; meu muito querido e
respeitável colega Dr. Azambuja, Diretor do Pronto Socorro; Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, a manifestação de amor pelo Pronto Socorro que
irei fazer agora é compartilhada pelo nosso grande Ver. Haroldo de Souza, que
também é um apaixonado pela causa do nosso Pronto Socorro.
Meus
queridos e minhas queridas, hoje é o terceiro dia consecutivo que falo a
respeito do Pronto Socorro. E hoje nós estamos aqui, por uma iniciativa feliz
do Dr. Raul Fraga, homenageando o aniversário do Pronto Socorro. Aqui se falou
bem do Pronto Socorro, dissemos coisas boas do Pronto Socorro, e eu poderia
lembrar que o Pronto Socorro é o único hospital no mundo que é pronto-socorro
sozinho. Todos os outros pronto-socorros do mundo são grudados num hospital, que,
pela porta do lado, levam os doentes politraumatizados para continuar o
tratamento.
O
Pronto Socorro, por ser único, também tem uma coisa estranha: ele realiza
cirurgias eletivas como hérnia, varizes e outras, o que me espanta, o que me
deixa espantado. Eu jamais entenderia chegar um politraumatizado e estar
ocupada determinada sala com uma cirurgia eletiva, que, ao meu ver, é proibida
num pronto-socorro. Temos outra coisa: o Pronto Socorro Municipal de Porto
Alegre é um pronto-socorro nosso, nosso, do povo, mas considerando o povo até
os ricos, os milionários! Se por acaso eu tiver um infarto e cair na avenida, é
o Pronto Socorro que vai me socorrer, e eu tenho plano de saúde. Se o Ver. Beto
Moesch se acidentar, o Ver. Beto Moesch vai ter o seu primeiro atendimento, os
seus primeiros pontos, no Pronto Socorro Municipal. Se um homem pobrezinho da
vila levar um tiro, ou se acidentar, também ele vai ter o primeiro atendimento
no Pronto Socorro Municipal. O Pronto Socorro Municipal é o hospital de nós todos,
de todos nós. Quando as pessoas querem se operar em hospitais ricos, elas podem
escolher; quando as pessoas querem se operar em hospitais de pobres, do SUS,
elas nem escolhem, são mandadas para qualquer um. Mas todos nós usamos o
Hospital de Pronto Socorro quando necessário. Portanto, ele é um hospital da
luta de cada um de nós. Porque ele é o hospital para o dia em que nós
precisarmos.
Mas
o Pronto Socorro não aumenta em tamanho desde o dia em que lá fiz estágio. E
sabe quando é que foi o meu estágio, Dr. Azambuja? Em 1971. E quanto aumentou
da população de Porto Alegre e dos arredores de lá para cá? Só eu já fiz quatro
ou cinco mil partos de lá para cá. Aumentou o número de pessoas, e o que
aumentou em tamanho o Pronto Socorro? Nada! Mas se fez ao lado do Pronto
Socorro uma estrutura administrativa, enorme, e é para lá que tem que migrar o
atendimento até nós solucionarmos o atendimento na parte da frente do Pronto
Socorro. É inadmissível que os nossos funcionários heróis e os nossos médicos
heróis - porque trabalham com um número pequeno de pessoas - trabalhem num
lugar tão antigo, tão vetusto, tão abandonado, como são as dependências do
Pronto Socorro. Nós precisamos de um Pronto Socorro melhor, de um Pronto
Socorro mais limpo, de um Pronto Socorro cheio de funcionários! Nós precisamos
de um Pronto Socorro remodelado, e, como ele não pode parar, a área
administrativa é que tem que albergar os doentes que lá estiverem.
Como
se faz isso? A tecnologia faz tudo hoje em dia. E dinheiro? Dinheiro o QualiSUS
há de botar, porque o QualiSUS é o programa federal das emergências do Brasil,
e nós temos que ter projetos e mostrar isso. Eu não quero mais ouvir falar aqui
que há bichos no Pronto Socorro, que há ratos no Pronto Socorro, que não cabe o
tomógrafo dentro do Pronto Socorro; nós não podemos mais ouvir. Nós temos que
ouvir dizer que o Pronto Socorro é o que ele é, o anjo da guarda de quem
caminha pelas ruas de Porto Alegre, ou daqueles que estão deitados dentro de
sua casa e que poderão ter um infarto. Precisamos - todos os Vereadores -, ao
comemorar a data solicitada por Fraga, nos unir e pedir um projeto para um
Pronto Socorro moderno, para um Pronto Socorro limpo e cheio de funcionários
trabalhando com o garbo que esses poucos funcionários têm lá. Parabéns a vocês,
que são heróis da Saúde em Porto Alegre! Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini):
O Dr. Paulo Roberto Franco Azambuja, Diretor-Geral do HPS, está com a palavra.
O
SR. PAULO ROBERTO FRANCO AZAMBUJA:
Exmo Sr. Ver. Carlos Todeschini, Presidente dos trabalhos; Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, autoridades presentes, funcionários do Hospital
de Pronto Socorro, senhoras e senhores, realmente é uma grande honra ocupar
esta tribuna tão ilustre de Porto Alegre e receber a homenagem ao Hospital que
dirijo. O Hospital de Pronto Socorro, sábado, dia 19, completou 64 anos e tem
como característica o tratamento da urgência e da emergência. O Hospital é
referência nacional, e comprovação disso eu tive há algumas horas: às 13h eu
estava no Pronto Socorro e recebi o Dr. Fred, Vice-Presidente da Sociedade
Brasileira de Trauma e Urgência. Ele veio visitar o nosso Pronto Socorro para,
como ele disse, aprender alguma coisa conosco e levar para o hospital que estão
constituindo no Ceará. Então, isso mostra bem o que representa o nosso Pronto
Socorro no cenário brasileiro.
A
Constituição de 1988 determinou que o atendimento à Saúde deveria ser universal
e paritária, e o Pronto Socorro, desde que foi criado, sempre teve esse tipo de
atendimento. Todo paciente que lá chegou, que bateu à porta do Pronto Socorro
ou que para lá foi levado teve o atendimento em primeiro lugar para depois ser
identificado e saber quem ele era, se tinha alguma convênio ou alguma coisa,
mesmo no passado. Há muitas coisas que a gente sabe que existem, mas a gente
não se dá conta, e vou exemplificar. Há alguns dias eu estava conversando com o
Diretor de um outro hospital de Porto Alegre, e ele me perguntou: “Quantos
leitos tem o Pronto Socorro?” Eu disse: “139”. “E quantos funcionários?”, “Em
torno de 1.450”, “E quantos médicos?” Bom, aí ele disse: “Mas que barbaridade!
Para que tanta gente? É funcionalismo público mesmo”. E eu retruquei: “A
característica do nosso Hospital é diferente de todos os outros órgãos, porque
ele funciona 24 horas por dia, 365 dias por semana, este ano serão 366”. Então,
é completamente diferente, em qualquer hora - sábado, domingo, Natal, Ano Novo
- os funcionários, os médicos, as enfermeiras, todo o pessoal está de plantão.
É diferente até mesmo de um órgão da Prefeitura, como, por exemplo, o DMAE, que
tem um plantão num setor. O Hospital, não, funciona todo.
Outro
dia, na Prefeitura, comentaram que os aparelhos de ar-condicionado do Pronto
Socorro estavam estragando muito seguido, enquanto que, nos outros locais, eles
não tinham que repor. É exatamente pela mesma razão: lá eles funcionam 24 horas
por dia; nos outros departamentos são desligados às 18h e ligados no dia
seguinte. Isso acontece, senhores, também com os funcionários. Nós - falo em
nome dos funcionários - trabalhamos continuamente, e o desgaste é muito grande,
trabalhamos na área que dizem que é da saúde, mas eu digo que é área da doença.
A área da saúde seria da Educação Física; nós trabalhamos é com a doença, com o
trauma.
Sem dúvida nenhuma, o grande alicerce desses 64
anos de vida do Pronto Socorro é a dedicação dos nossos funcionários, de todos
eles: do porteiro, do setor administrativo, da enfermagem, dos médicos, de
todos. Ao longo dos tempos, estamos ficando cada vez mais defasados com relação
aos recursos humanos, o que é um grande problema, é a grande “pedra no sapato”
do Pronto Socorro atualmente. Precisamos realmente que seja reposto o nosso
número de pessoal. A Secretaria já abriu concurso, esperamos que sejam
contratados um número mínimo para que o hospital continue prestando o serviço
que sempre prestou à população de Porto Alegre. Contamos com a colaboração de
todos os Srs. Vereadores para que ajudem a Secretaria Municipal de Saúde a
contratar esse quadro de pessoal para nós.
Só uma pergunta: quem não precisou do Pronto
Socorro ou não teve um familiar atendido lá? Acho que aqui todos já precisaram
do Pronto Socorro. Isso mostra bem a importância desse Hospital. Para
homenagear esse quadro funcional brioso e que faz com que o Hospital continue
dando toda essa qualidade de atendimento, eu gostaria que a Secretária Cristina
entregasse uma lembrança, um mimo, à nossa antiga funcionária Vilma, que há
anos está do nosso lado; à
Sandra Collares, Chefe da Enfermagem; à Mara Romamenco, Presidenta da
Associação dos Funcionários; à Dinacir Maria Silva Sisti, representando os
aposentados. O Hospital Pronto Socorro funciona graças ao pessoal que aqui está
representado.
(Procede-se
à entrega de um mimo.) (Palmas.)
O
SR. PAULO ROBERTO AZAMBUJA:
Muito obrigado a todos, muito obrigado ao Ver. Dr. Raul pela brilhante
iniciativa. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Agradecemos
a presença do Dr. Paulo Roberto Franco Azambuja, Diretor-Geral do Hospital de
Pronto Socorro. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h14min.)
O SR.
PRESIDENTE (Carlos Todeschini – às 15h16min): Estão
reabertos os trabalhos.
O Ver.
Guilherme Barbosa está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do
Ver. Marcelo Danéris.
O SR. GUILHERME
BARBOSA: Ver. Carlos Todeschini, que dirige a Sessão;
colegas Vereadores e Vereadoras, demais pessoas que nos acompanham, quero
agradecer ao Ver. Marcelo Danéris a cedência do tempo.
Hoje pela manhã
fizemos uma reunião extraordinária da nossa Comissão de Direitos Humanos,
Defesa do Consumidor e Segurança Urbana - CEDECONDH -, abordando uma pauta
trazida por uma comunidade da Região Norte da Cidade, a Vila Parque Farroupilha,
que fica atrás de uma outra vila já bastante conhecida, a chamada Vila Asa
Branca. A queixa da comunidade da Vila Parque Farroupilha é que, ao ser
executada uma obra na Vila Asa Branca através do DMAE, com recursos inclusive
do PAC, obra que vai atingir positivamente a Vila Asa Branca, está atingindo
negativamente a Vila Parque Farroupilha, de tal forma que vai ser preciso que
32 famílias sejam retiradas. Segundo a sua presidenta e algumas pessoas que
aqui vieram, não está havendo um bom equacionamento por parte do DMAE, o executor da obra, e do
DEMHAB, que cuida da habitação popular em nossa Cidade. E nós, prevendo essa
reunião e precisando de uma certa pressa, porque as obras já estão em andamento
na Vila Asa Branca, convidamos o DMAE, o DEMHAB e a SMAM, porque há um aspecto
ambiental também envolvido.
Para
nossa surpresa e tristeza, só esteve representada aqui a SMAM, através da
Solange, da Supervisão de Meio Ambiente. O DMAE, que é o executor da obra, e o
DEMHAB, que tem que cuidar da habitação popular, não vieram, nem mandaram
nenhuma consideração. Presente também na reunião estava a Verª Neuza Canabarro,
que é a atual Presidenta da COSMAM. Quando este Presidente se queixou da
ausência desses dois Departamentos, a Verª Neuza Canabarro lembrou mais uma vez
que, por sete vezes, a COSMAM já convidou o Sr. Secretário da Saúde, e ele não
veio sequer dar qualquer consideração. Portanto, a gente percebe, Ver.
Professor Garcia, que se trata de uma política... Não de todas, porque sempre
vem uma ou outra Secretaria ou Departamento, mas as principais não costumam
participar das reuniões das Comissões.
O
Sr. Professor Garcia: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Guilherme Barbosa,
especificamente na questão da Saúde já ficou acordado, até nós fizemos um
embate, que, tão logo o Prefeito José Fogaça retorne, o Prefeito em exercício,
Secretário da Saúde Eliseu Santos, nos primeiros dias de maio, virá a esta
Casa, não especificamente à Comissão de Meio Ambiente, mas virá à Casa, esse
foi o anseio dos Vereadores. Quero fazer este registro.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: O.k. É um avanço, mas precisou uma Vereadora
da base do Governo se queixar que sete vezes o Secretário foi convidado e não
veio. Mas isso eu acho que é uma prática. Todos nós recebemos pela
correspondência eletrônica um relato do que aconteceu - isto já foi falado
aqui, mas volto a dizer - na Lomba do Pinheiro quando um cidadão lá se queixou,
fez críticas ao Governo pela ausência de obras aprovadas: ele foi agredido pelo
coordenador do Centro Administrativo da Região, o Sr. Paulo Silva, porque fez
críticas, e depois levava, Ver. João Dib, um maço de cédula que uma pessoa só
levaria para votar nas chapas, sendo que cada pessoa tem apenas um voto. Foi
agredido, o que mostra, Sr. Presidente, uma certa prática autoritária e
desrespeito. Eu quero trazer isso porque na Comissão não costumo fazer um
debate partidário; acho que a nossa tarefa na Comissão é outra, é a procura de
solução para os problemas que as pessoas nos trazem, mas este Plenário é local
do debate, então, em cima de dois fatos, quero mostrar a marca autoritária da
atual Administração Municipal. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Encerrado o
período de Comunicações.
Passamos ao
O Ver. Mauro Zacher está com a palavra em Grande
Expediente.
O SR. MAURO ZACHER: Sr.
Presidente, Ver. Todeschini; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
público que nos assiste aqui nas galerias e pela TVCâmara, no período de Grande
Expediente gostaria de solicitar atenção dos nossos colegas Vereadores para
este tema importante: o processo de revitalização do 4º Distrito, região da
Cidade que foi formada inicialmente por seis bairros, concentrados no entorno
do 4º Distrito Policial, que levou a essa denominação.
Hoje,
com o crescimento da Cidade, houve o acréscimo de mais dois bairros, bairro
Humaitá e bairro Farrapos. Somados aos bairros Floresta, São Geraldo,
Navegantes, Anchieta, São João, IAPI e Passo D’Areia, o 4º Distrito compreende
uma população perto de 90 mil habitantes, correspondendo a mais de 7% do total
de habitantes de Porto Alegre, habitantes que estão concentrados numa área de
25 quilômetros quadrados, equivalente a 5% da área total da Capital. Esse é o
nosso 4º Distrito, região que está ligada aos principais acessos da nossa
Cidade. Portanto, Verª Neuza Canabarro, é um cartão de visita para quem chega a
Porto Alegre. Motivo pelo qual foi, por muitos anos, um dos principais pólos de
desenvolvimento econômico da Capital e recebia, em seu pujante comércio, a
freqüência de moradores da Cidade e da Região Metropolitana em busca de
produtos e serviços. Também pelo mesmo fator de localização, abrigava o pólo
industrial, já que muitos dos seus produtos eram comercializados na Grande Porto
Alegre, e havia facilidade em relação às principais saídas da Cidade.
Ocorre
que, com o crescimento econômico das cidades, recebendo em sua grande maioria
indústrias de grande porte, conseqüentemente havendo a formação dos seus
próprios pólos comercias de serviços, o 4º Distrito foi perdendo o seu glamour.
É importante lembrar que seu ápice de desenvolvimento foi até o final da década
de 60, início da década de 70, com grandes redes comerciais ali instadas,
especialmente na Av. Eduardo, hoje Av. Presidente Franklin Roosevelt; na Av. Farrapos, Av. Benjamin Constant,
Av. São Pedro, Av. Cristóvão Colombo, com a centralização de grandes eventos
como o carnaval de rua, que reunia milhares de pessoas; indústrias como a
Neugebauer, Coca-Cola, Fiateci, Brahma, Moinhos Guaíba, entre outras. Sem
dúvida, a falta de planejamento urbano - que poderia ter voltado o 4º Distrito
para a indústria da construção civil, especialmente a residencial, o que
manteria um crescimento pólo-comercial e de serviços - por certo acabou levando
a região ao esvaziamento urbano. Condenada, como estava até pouco tempo, a
abrigar depósitos e ainda algumas pequenas e médias indústrias, acabou caindo
também no esquecimento do Poder Público por muitos anos, ficando sem
investimentos, relegada à marginalidade diurna e noturna, como se fossem
aquelas cidades fantasmas do Velho Oeste, áreas livres para a prostituição e
para o tráfico de drogas, por exemplo.
Mas,
meus colegas Vereadores, dois fatores - nenhum menos nem mais - nos fazem
acreditar no processo de recuperação do 4º Distrito. O primeiro deles é a
conscientização da comunidade local de que, sem envolvimento direto, sem
participação e luta por seus direitos, nada iria acontecer. Eu posso citar aqui
várias participações: a Associação dos Amigos do 4º Distrito, a qual presido
com muito orgulho; e há as mais recentes, todas criadas através do empenho do
cidadão de bem visando a busca de solução para os problemas pontuais das suas
áreas de abrangência. Isso tem sido extremamente relevante para a revitalização
urbana, econômica e social do 4º Distrito. E hoje, fruto desse trabalho, muitas
vezes visto como sonhador, já vislumbramos que essa nova realidade começa a
surgir no horizonte. São ações muitas vezes individuais, mas que, quando
dotadas do segundo elemento transformador ao qual nos referimos antes, que é o
retorno dos investimentos públicos da região, ganham uma nova conotação,
ampliando o leque de seus benefícios ao conjunto de quem mora, trabalha,
circula, enfim, de quem vive diariamente no 4º Distrito.
Nós
poderemos falar de diversas associações: Empresários do Humaitá-Navegantes,
presidida hoje pelo nosso amigo Thomaz Nunnenkamp, uma entidade que tem um
grande respaldo da comunidade e que há pouco tempo fez com que se tornasse
viável a construção da 3ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento, uma nova
área judiciária, que tem dado à região um grande amparo policial, tem recebido
um grande serviço da Polícia na 3ª Delegacia. Esse exemplo mostra como é
possível que a comunidade intervenha positivamente em ações públicas, em
parceria com o Poder Público: o prédio era público, foi restaurado, todo
mobiliado pelos empresários da região. Temos a Associação Geramigos, do bairro
São Geraldo, liderada pela Irmã Angélica Konzen, que há pouco tempo revitalizou
a Praça Pinheiro Machado. Temos ainda a Associação dos Amigos da Praça Florida,
presidida pelo nosso amigo Roni Klein, sempre fazendo um trabalho, há pouco
tempo fez a renovação de todos os equipamentos daquele espaço da praça,
mantendo-a sempre aberta à população ao redor. Nós podemos citar a recente
criação da Associação Benjamin Constant, presidida pelo Sílvio Belbute, que
exercita na plenitude o conceito de governança local. Ou ainda a Associação
Quadra 2000, sob o comando do Dilnei, são empresários interessados na
reurbanização local a partir do término da obra do Conduto Álvaro Chaves. Os
comerciantes se organizaram e criaram um processo de revitalização naquela
região. Também há a associação presidida pelo nosso amigo Pujol, que faz da Av.
São Pedro um pólo importante do comércio de material elétrico. Há o nosso amigo
Antônio Vigne, da Associação São João, que luta há muito tempo para transformar
a antiga Corlac num centro cultural e social para a comunidade. Enfim, são
várias associações que têm protagonizado um trabalho importante na busca da
revitalização do 4º Distrito.
E é evidente que não há só a participação
organizada, há o reconhecimento do Poder Público do papel importante das
associações, há a contrapartida do Poder Público. E aí vem a gestão do Governo
Fogaça. Nós podemos citar a continuidade da execução do PIEC, com a recuperação
dos financiamentos que estavam para ser perdidos por falta de contrapartida; a
conclusão da 3ª Perimetral, a realização do Conduto Forçado Álvaro Chaves, o
Viaduto Leonel Brizola, entre outras obras e intervenções que reforçaram as
demandas pontuais das entidades comunitárias. Agora, vislumbramos o recebimento
de recursos do PAC para obras de saneamento, muitas dessas do 4º Distrito, na
construção de redes e galerias pluviais no leito da via; na Av. Buarque de
Macedo, também no bairro São Geraldo, com investimento de 1,6 milhão de reais a
ser implantado em redes e galerias pluviais, também beneficiando as Ruas
Amazonas, Pará e Pernambuco.
Quer dizer, é um processo para o qual há muito
tempo esta Casa dá a devida importância. A sociedade está organizada, e o Poder
Público tem trazido investimentos, inclusive de recursos federais. O PIEC, por
exemplo, é um grande Projeto,
ele vai garantir 3.061 moradias em toda a região. O Conduto Forçado Álvaro
Chaves, com mais de 15 mil metros de canalizações, definitivamente vai
solucionar a questão dos alagamentos do 4º Distrito, que muito tempo sofreu e
agora tem uma obra com investimentos na ordem de 59 milhões, com recursos
financiados pelo BID; o Viaduto Leonel Brizola, com cerca de 700 metros, que
vai ligar o bairro Humaitá-Farrapos à Cidade. Nós temos o Trensurb ali, que
dividia; vai dar uma nova vida, e os investimentos já estão acontecendo naquela
região.
Enfim,
os benefícios com o retorno dos investimentos podem ser conferidos a partir da
atenção que a região recebe dos empreendedores imobiliários. A indústria da
construção já olha para o 4º Distrito com a perspectiva a tanto almejada, que é
o perfil residencial misto, que o desenvolvimento econômico retomará. Obras
como a da Construtora Cadiz, na Av. Polônia, ou da Rossi, onde funcionava a
fábrica da Fiateci, somadas as já em execução no Humaitá - além disso há outras
pequenas construtoras que apostam no mercado de imóveis residenciais - nos
mostram que o caminho perseguido por tanto tempo foi correto. Agora, com o
repovoamento da região e também com a adoção de mecanismos de qualificação dos
espaços, serviços públicos e mão-de-obra, principalmente dos nossos jovens,
beneficiando-os com programas de educação e profissionalização, também o setor
terciário, do comércio e serviços, o 4º Distrito voltará a ser pujante.
Enfim,
hoje o 4º Distrito pode ser referência para um modelo da transformações
político- econômicas e sociais. E a comunidade local já provou que está
preparada para esses novos tempos, Ver. João Bosco Vaz. Temos boas escolas
públicas e particulares, bem estruturadas, como o Colégio Concórdia - cujos
alunos estavam aqui hoje -, o Santa Família, o Irmão Pedro, o Marechal
Floriano, entre outros. Temos também clubes sociais, sólidos e com raízes na
história da Cidade e de sua colonização, como o Gondoleiros, a Sociedade
Polônia, o Navegantes-São João, sem esquecer dos clubes náuticos, que também
buscam a valorização da orla e o reencontro da população com o Guaíba.
Por
todos os motivos a que nos referimos até agora, ao finalizar a nossa
manifestação, é preciso que, no processo de revisão do Plano Diretor, Ver.
Nereu D’Avila, em curso nesta Casa, em debate junto à Comissão Especial, da
qual faço parte como membro titular, tenhamos uma atenção especial, um olhar
apurado sobre o futuro do 4º Distrito. É preciso analisar criteriosamente as
estratégias e perspectivas de desenvolvimento local da região, que já foi conhecida
como bairro-cidade. Essa é uma oportunidade que nos chega e que não podemos
perder, obviamente sem descaracterizar o perfil das comunidades sob os seus
mais diversos aspectos: geográfico, econômico e social.
E,
para finalizar, ressaltamos aqui um dos pontos mais polêmicos incluídos na
revisão do Plano Diretor, as chamadas Áreas de Interesse Cultural, Ver.
Goulart, Sub-Relator desta questão: no 4º Distrito há cerca de 1.500 imóveis
listados de maneira pouco transparente, de maneira autoritária. Queremos que
aqueles com real valor histórico sejam preservados, Vereador, porém esse
expediente não pode travar o desenvolvimento tão esperado para a nossa região e
que passa pelo repovoamento local com moradias e o conseqüente incremento das
atividades do terceiro setor.
Lembro
ainda que, pelas características geográficas, em sua maioria de áreas planas,
sem declives e sem aclives, o 4º Distrito é também uma região potencial para
implantação de planos-pilotos para as tão esperadas ciclovias em nossa Cidade, permitindo
que, através desse modal alternativo de baixo custo, saudável e limpo de
transporte, possamos diminuir a intensidade dos constantes engarrafamentos que,
diariamente, assolam Porto Alegre, aproximando-se do caos. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Muito
obrigado, Ver. Mauro Zacher.
O
Ver. Nereu D’Avila está com a palavra em Grande Expediente.
O
SR. NEREU D’AVILA: Sr.
Presidente, Ver. Ervino Besson; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
senhoras e senhores, eu desejo, neste Grande Expediente, prestar contas,
esclarecimentos à Casa e à população - que pode nos assistir pelo Canal 16 - do
andamento daquela que pode ser, e sem dúvida é, a mais importante Comissão que
esta Casa, nesta Legislatura, criou. Trata-se da Comissão Especial para a
Revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental da Cidade de
Porto Alegre, Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999.
Na
verdade, chegou a proposta atrasada aqui na Casa do Povo de Porto Alegre; era para
vir no ano de 2006 e acabou chegando no final de setembro de 2007. Ainda em
outubro, houve uma Mensagem Retificativa, porque, na época, a Presidenta Maria
Celeste queria devolver o Projeto, tal a monta de erros que havia na proposta
do Executivo. Mas houve uma Mensagem Retificativa, que, como o nome está
dizendo, retificou o Projeto, e somente no início de novembro de 2007 é que
esta Casa pôde constituir uma Comissão Especial de 12 Vereadores para apreciar
a proposta de revisão do PDDUA.
Aliás, há um outro erro, pelo menos na minha visão: a proposta do Executivo propõe a revogação da Lei Complementar nº 434, a revogação do PDDUA, que está em vigência desde março de 2000, aprovado que foi em dezembro de 1999. Inclusive, o Relator, o Ver. Luiz Braz, pretende apresentar um substitutivo ao Projeto. Hoje pela manhã afirmei e agora reafirmo perante o Plenário e a opinião pública que existe uma opinião quase que unânime entre as Bancadas com assento nesta Casa no sentido de que não haja a revogação, no sentido de que seja feito o que é previsto na própria Lei nº 434, do Plano: a revisão nos primeiros anos, que não aconteceu, e a cada Legislatura de quatro anos, algo que também não ocorreu. Tanto que esta revisão é a primeira desde 2000, e nós estamos em 2008. Então, aquilo que deveria acontecer nos primeiros três anos e depois no quarto ano só agora, depois de oito anos, está sendo feito. Então, eu diria que há uma manifesta maioria nesta Casa para que não revoguemos o atual Plano, que apenas façamos o que a lei prescreve, ou seja, revisemos o Plano. Embora a proposta do Executivo seja de revisão de mais de 50% do Plano, porque, dos seus 169 artigos, cerca de 85 estão para ser modificados, ou seja, mais do que 50%, não há a necessidade de revogar a lei do Plano no nosso entendimento.
Foram
constituídas cinco Relatorias subtemáticas. A cargo do Ver. Dr. Goulart,
ficaram as Áreas de Interesse Cultural; do Ver. Carlos Comassetto, Adaptação ao
Estatuto das Cidades; da Verª Maristela Maffei - que hoje pela manhã já apresentou
o seu Sub-Relatório -, o Centro e Revitalização do Cais do Porto; do Ver. João
Antonio Dib, que apresentou seu Relatório sobre Modelo Espacial já no final do
ano passado, foi o primeiro a apresentar; ainda há a Sub-Relatoria do Ver.
Bernardino Vendruscolo - que já apresentou uma proposta inicial - sobre o Plano
Regulador.
Então
em que pé está exatamente? Já houve em Porto Alegre mais de trinta reuniões da
Comissão do Plano Diretor. Já estiveram aqui inúmeros palestrantes,
debatedores, não só da Prefeitura como também de outros setores, inclusive do
Governo do Estado; também o Sr. Tutikian, que é o encarregado de uma comissão
formada pelo Governo do Estado para a revitalização do Cais do Porto; o
Presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Cais Mauá; estiveram aqui pessoas
da Secretaria do Planejamento, do Epahc e tantas outras pessoas debateram
conosco, pessoas qualificadas. Também o Diretor da Faculdade de Administração
da UFRGS hoje estava presente, ele tem participado e dado sua opinião categorizada.
Além do funcionamento da Comissão do Plano Diretor, repito, dos Vereadores e
Vereadoras, há o Fórum das Entidades, que foi formalmente criado por lei e que
está sendo coordenado pela Verª Neuza Canabarro, conta com a participação de
mais de setenta entidades, que já ofereceram emendas, estudos, debates e
colaboração muito profícua para o aperfeiçoamento da reforma do Plano Diretor.
Como
eu disse, o Ver. João Dib apresentou, no final do ano passado, o seu
Sub-Relatório. Já apresentou, neste ano, o Ver. Vendruscolo. A Verª Maristela
Maffei o fez hoje de manhã, e o Ver. Comassetto já entregou o Relatório à
Comissão, mas irá fazer a sua exposição no dia 05 de maio, na segunda-feira
após o feriadão de 1º de maio. Para a segunda-feira próxima, dia 28 de abril,
está prevista a apresentação do Sub-Relatório a respeito das Áreas de Interesse
Cultural, do Ver. Dr. Goulart.
Sobre
as especulações que têm sido feitas a respeito de se a Comissão poderá ou não
concluir os trabalhos este ano, eu quero dizer que a intenção deste Vereador,
que é o Presidente da Comissão Especial para a Revisão do Plano Diretor, e dos
componentes da Comissão é de que seja concluído esse trabalho, inclusive com a
votação em Plenário este ano. E, quando eu falo este ano, há que se referir que,
no segundo semestre, dia 05 de outubro, haverá eleições. Eu tenho dito e
declarado que, na minha visão, existem três fases da votação da revisão do
Plano Diretor. A primeira fase é esta que estamos vivenciando: as discussões,
os debates com a sociedade, com a Secretaria de Planejamento, com diversos
setores da sociedade, a par do próprio Fórum das Entidades, também a conclusão
da apreciação das cinco Sub-Relatorias.
A
segunda fase é aquela em que, após debatidas e apreciadas as Sub-Relatorias e
suas apresentações, seus Relatórios, após isso e após também esse debate ter
sido feito no Fórum das Entidades, haverá a entrega ao Relator-Geral, que é o
nobre Ver. Luiz Braz. Então, o Ver. Luiz Braz irá proferir o seu Relatório, e
ele já tem anunciado a sua intenção de produzir um substitutivo. E nós nos
encaminhamos no sentido de aprovar essa intenção do Ver. Luiz Braz, do
substitutivo, porque ali ele poderia elidir - já explicitei isso no início
desta manifestação - a substituição daquilo que seria a revogação do Plano
Diretor, que está proposto na Mensagem do Executivo, pela revisão, que nós
entendemos que seja a função desta Casa pela sua Comissão Especial e pelo
Plenário. Somos pela revisão, não pela revogação da Lei nº 434, que revogaria o
Plano Diretor vigente em Porto Alegre desde o ano de 2000. Por isso achamos que
o Ver. Luiz Braz tem razão quando se diz intencionado em elaborar um
substitutivo, que poderia acolher emendas, acolher os Sub-Relatórios, acolher
opiniões aqui proferidas por autoridades técnicas, por todos aqueles que
colaboraram durante os debates do Plano Diretor, isso num grande e efetivo
substitutivo. Essa é a segunda fase, a da Relatoria-Geral.
A
terceira fase será quando o Relatório do Ver. Luiz Braz, aprovado pela Comissão
Especial, for à Plenário. Aí será uma fase decisiva, uma fase conturbada,
porque dezenas de emendas poderão ser acopladas. É claro que cada emenda, na
discussão do Plano, terá que ter 19 assinaturas - maioria absoluta -, mas
poderão, sim, ser apresentadas emendas, poderá inclusive haver destaques, desde
que haja 12 assinaturas.
Quero
me referir ao motivo de eu ter dito à imprensa que a nossa intenção, a minha
intenção, é concluir até 30 de junho, antes do recesso, todas essas três
etapas. Agora, reafirmo aqui que, se até 30 de junho não tivermos votado no
Plenário o Plano Diretor, dificilmente, para não dizer impossível, o será em
agosto, em meados das eleições, pois esta Casa estará envolvida evidentemente
com um período eleitoral palpitante. Enfrentar uma discussão técnica, uma
discussão com dezenas de emendas, uma discussão que terá um processo
Legislativo próprio, inclusive com as galerias aqui povoadas de centenas de
entidades, de pessoas qualificadas, de interesses normais, interesses
corporativos normais, evidentemente não será de fácil resolução. Notem bem,
Srs. Vereadores, estou afirmando com a autoridade de quem deseja que tudo isso
seja concluído até 30 de junho, mas alerto que, se até essa data o Plenário
desta Casa não tiver votado totalmente o Plano, em agosto ou setembro é que não
o fará. E aí a votação ficará postergada.
Por
isso, ao concluir este pronunciamento, nessa hipótese remota - mas hipótese -,
nós faríamos um acordo, muito bem costurado, no sentido de que aquelas matérias
não-polêmicas, sobre as quais houvesse convergência, pudessem ser apreciadas
mais celeremente e viessem a ser aprovadas. Essa é uma hipótese que está como
um “Plano B”, que poderá ou não ser acionado. Repito pela enésima vez: o meu
desejo desde que fui eleito Presidente - o que muito me honrou, procuro
desempenhar com muita eficiência e dedicação a presidência dessa Comissão
Especial - foi que, junto com os meus 11 Pares, que compõem os 12 da Comissão
Especial, até 30 de junho, pudéssemos concluir toda a votação do Plano Diretor.
Acontece que eu sou um trinta e seis avos desta Casa, e a Comissão de 12
Vereadores representa apenas um terço da Casa, de modo que as opiniões e os
desejos individuais ou mesmo coletivos, mas não totais do conjunto dos 36, nem
sempre podem ser absolutamente complementados com a real consecução do objetivo
pretendido. Por isso fiz questão de vir à tribuna e fazer esses esclarecimentos
absolutamente calcado na realidade que estamos vivendo, transparente e
absolutamente convicto de que poderemos, sim, se quisermos, concluir a votação
em 30 de junho. Talvez não possamos, mas tomara que prevaleça a vontade de
todos: concluir até 30 de junho. Muito obrigado, Sr. Presidente, pelo que tempo
que excedi, de poucos segundos, na tribuna.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Ver.
Nereu D'Avila, esta Presidência lhe agradece.
A
Verª Margarete Moraes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MARGARETE MORAES: Sr.
Presidente dos trabalhos, Ver. Ervino Besson; Vereadores e Vereadoras, confesso
que às vezes me sinto um pouco constrangida, porque eu teria a maior satisfação
de vir a esta tribuna apenas para falar das coisas boas da Cidade: em novos
projetos, no progresso de Porto Alegre. Mas todos os Vereadores têm a obrigação
ética, a obrigação constitucional de fiscalizar; em se tratando de uma Bancada
de oposição, essa obrigação é maior ainda, e às vezes fiscalização é sinônimo
de denúncia. E tenho duas denúncias a fazer.
A
primeira diz respeito a que todas as escolas de Porto Alegre que receberam
estrutura de Informática da Prefeitura vão migrar do sistema Linux, que é o
sistema contido no projeto original, para o Windows. Isso significa altos
custos, o que, do meu ponto de vista, é absolutamente desnecessário. No
entanto, Verª Maria Celeste, eu estabeleci uma conexão disso com uma estranha
liberação que aconteceu em dezembro de 2007, de uma dispensa de licitação da
EPTC para contratação, junto à PROCEMPA, de 470 mil reais em licenças,
exatamente do Windows. Todos nós sabemos que dispensa extermina a concorrência,
e, no caso, a PROCEMPA já determinou, antecipadamente, quem seria o fornecedor.
Fizemos um Pedido de Informações em dezembro de 2007 e até agora não recebemos
nenhuma resposta. A denúncia é esta: a maior contradição, a maior incoerência é
a substituição do software
livre pelo de um proprietário. Nós, em nome da Bancada do Partido dos
Trabalhadores, Ver. Guilherme, estamos cobrando explicações deste Governo. É
inacreditável que todas as escolas vão migrar para o outro sistema, para o qual
foi dispensada a licitação, num valor de 470 mil reais! Então, estabelecem-se
as conexões: por que em dezembro aconteceu aquilo e por que hoje as escolas
todas vão para lá.
A
segunda denúncia diz respeito a uma das maiores premiações oficiais às Artes e
às Letras em Porto Alegre, por meio de leis municipais votadas e aprovadas
nesta Casa: são os Prêmios Açorianos de Música, de Dança, de Teatro Adulto e
Infantil. Depois, quando nós assumimos, criamos o de Música e o de Literatura;
o de Artes Plásticas foi agora, neste Governo. Esse Prêmio significa, mais ou
menos, um Oscar local, porque é o dia
do reconhecimento público - porque se trata de dinheiro público - das maiores
expressões e dos maiores talentos de Porto Alegre nas Artes e nas Letras. Um
dos troféus é o de Vasco Prado, de autoria dele; o segundo troféu é de autoria
de, nada menos, Francisco Stockinger. Os artistas que recebem esse Prêmio; além
de terem uma obra de arte em casa, enriquecem o próprio currículo.
Recebi
uma correspondência, uma denúncia de um grupo de artistas que diz que o
Coordenador de Dança da Secretaria Municipal de Cultura, funcionário público,
um servidor lotado na SMC, concorre a um prêmio de dança, sendo que ele,
Coordenador, foi responsável pela seleção e nomeação da comissão julgadora. No
início do ano, a Secretaria nomeia, por meio de um contrato, um grupo de
especialistas que vai julgar todos os espetáculos ao longo do ano. No início do
próximo ano, essa comissão se reúne, estabelece a seleção dos melhores espetáculos
e, depois, no dia da premiação, reúne-se novamente e confere o Prêmio - é uma
surpresa, mais ou menos no modelo do Oscar.
O problema é que o Coordenador, que nomeou a comissão, concorre àquela
modalidade e foi selecionado.
E a segunda denúncia - isto nunca aconteceu - é que
outra senhora, que é própria da comissão, indicou o seu irmão como o melhor
bailarino. Eu acredito que Cultura é coisa séria, não é de menor importância. E
esses artistas procuraram a Defensoria Pública, que os orientou como um direito
o acesso aos pareceres da comissão. Isso é muito sério, porque trata de
concurso público, de dinheiro público, que tem que ter critérios, objetivos,
deve ser transparente, e os pareceres da comissão devem ser de livre acesso a
todas as pessoas interessadas, sendo artistas ou não, porque o tempo da
ditadura certamente já passou. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): A Verª Neuza
Canabarro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. NEUZA CANABARRO: Exmo
Sr. Ver. Ervino Besson, na presidência dos trabalhos; Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, público presente, o Ver. Nereu D’Avila, em Grande
Expediente, falou sobre a Comissão Especial do Plano Diretor e fez referência
ao Fórum das Entidades. E, neste momento, como Coordenadora do Fórum das
Entidades, venho aqui comunicar o que está ocorrendo.
O Fórum das Entidades era uma reivindicação de
1999, mas lamentavelmente, naquele ano, não foi constituído, e as entidades não
puderam ter essa participação. No entanto, no ano passado, sob a Presidência da
Verª Maria Celeste - eu tive a honra de participar como Vice-Presidente da Mesa
Diretora -, a Mesa Diretora incluiu, na Resolução que aprovou a Comissão Especial do Meio Ambiente, o
Fórum das Entidades. Eu fui escolhida pelos meus Pares e estou, então, já com
23 Reuniões do Fórum das Entidades. E lá, Ver. João Antonio Dib, nós estamos
usando uma metodologia, que com o tempo foi se adaptando, adequando-se, e as
pessoas já estão sabendo como funciona. Nós tivemos oito Reuniões de
fundamentação do Plano em geral, de todas as áreas, com palestrantes
convidados. Logo após, nós colocamos a Sub-Relatoria, em que o Ver. João
Antonio Dib, como Relator, foi o primeiro a apresentar, nós conseguimos
aprofundar e já estamos com várias Emendas aprovadas.
Mas
eu gostaria de dizer que é altamente produtivo o trabalho no Fórum das
Entidades, porque lá comparecem mais de setenta entidades e com quadros
valiosíssimos, o que faz com que se tenha um conhecimento enriquecido. Nós temos
Emendas já aprovadas, uma delas é em relação ao art. 1°, em que sugerimos um
inciso VII, que é sobre o fortalecimento da regulação pública sobre o solo
urbano, principalmente no que se refere aos dispositivos da Lei Federal n°
10.257, Estatuto da Cidade, mediante a utilização de instrumentos distributivos
da rede urbana e da terra, e controle sobre uso e ocupação do espaço da Cidade.
Então, modifica o art. 3° no seu caput, substituindo a expressão “sete”
por “oito”, modifica também o inciso III, inserindo a estratégia de uso do solo
público.
Conseguimos
também aprovar a Emenda do Ver. João Antonio Dib que faz retornar a Zona Rural.
Foi aprovada pela maioria dos presentes, tendo apenas cinco votos contrários,
então já é uma realidade e há um consenso em relação a isso. Nós temos também
já aprovada a questão do topo de morro; a proposta do Executivo colocava um
terço, o que corresponde a 33,33%. A nossa Emenda amplia para 50%, por que
razão? Porque a legislação municipal pode ser mais restritiva, menos não; então
nós conseguimos colocar 50%, até porque são apenas oito morros que ainda podem
ser preservados em Porto Alegre. Os outros já têm edificações, e, embora a
legislação federal diga que elas podem ser retiradas, demolidas, nós não
acreditamos que isso venha a ocorrer.
O
que eu quero dizer aqui é que várias vezes vim a esta tribuna, Ver. Adeli Sell,
convidar os Vereadores a comparecerem ao Fórum. Tive a presença lá do Ver.
Adeli Sell, da Verª Maria Celeste, da Verª Margarete Moraes, do Ver.
Comassetto, do Ver. Guilherme, do Ver. Oliboni e deixo o convite aos que ainda
não participaram. A Verª Maristela Maffei tem sua Assessoria em todas as
reuniões presentes, está acompanhando, embora ela ainda não tenha ido; tivemos
o Ver. Sebastião Melo junto conosco. E fica o convite para que todos possam,
antes de encerrarmos o nosso trabalho com o término da Comissão Especial do
Plano Diretor, dar uma passada no Fórum das Entidades, quarta-feira, às 19
horas.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Muito
obrigado, Verª Neuza.
O
Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Minha saudação
ao Ver. Ervino, na presidência dos trabalhos. Em nome da Bancada do Partido
Trabalhista Brasileiro, eu venho tratar de dois temas que são de relevância
para Cidade; um deles, Ver. Ervino, a pedido da nossa juventude
porto-alegrense. E quero fazer uma saudação aqui aos companheiros que fazem
parte da UMESPA, que tem uma articulação nos movimentos da sociedade civil,
aqui eu vejo um dos seus diretores, o Artur, que neste fim de semana, Srs.
Vereadores, rumará a Brasília, na primeira Conferência Nacional de Juventude,
com 56 delegados representando o nosso Estado. Dois são representantes
imediatos, Ver. Bosco, aqui de Porto Alegre: um vinculado ao Partido
Trabalhista Brasileiro, nosso Presidente da Juventude Municipal, o Toninho, e
outro é representante do Governo. Eles estarão em Brasília com o compromisso de
discutir as questões prioritárias para o avanço de uma sociedade, devemos
partir do pressuposto de que, com a formação da juventude na sua complexidade e
na integração com o desenvolvimento social, nós, com certeza, teremos uma
Cidade melhor para conviver. Que possamos avançar no tema das cotas, no tema da
drogadição, principalmente porque hoje estamos vinculados a uma Cidade com o
maior consumo de drogas já registrado. Proporcionalmente, isso nos assusta,
porque gera problemas de criminalidade, gera problemas vinculados à área da
Saúde, gera problemas vinculados ao desenvolvimento dessa categoria.
Então,
Artur, por meio da União Municipal de Estudantes, leve esse recado à nossa
Bancada gaúcha, que, a partir de domingo, toma os ares de Capital nacional. É
um compromisso que precisamos tomar, para fazer com que a juventude
porto-alegrense, a juventude gaúcha, avance nessas questões prioritárias.
Porque uma cidade bem desenvolvida tem de começar do berço, e isso começa com a
nossa juventude participando da gestão administrativa, numa gestão solidária, e
hoje colocamos a disponibilidade da sua participação em diversos instrumentos:
Conselho, Secretaria Municipal da Juventude e outras tantas articulações.
Ver.
Ervino, faço uma saudação especial ao Aurélio, que é da Zona Sul da Cidade; ao
Telmo e ao Leandro, que representam aqui a Associação da Urubatan; ao César
Ramos, que tem me acompanhado nas ações de articulação com a comunidade, e é um
desenvolvimento que preocupa. Hoje, Ver. Bosco, estive com o Secretário Senna
retratando a questão do trânsito da Capital. E aqui existe um Projeto, Ver.
Ismael, sobre a permissão do trânsito de táxis nos corredores dos ônibus, esse
é um assunto que temos de tratar e desenvolver de forma coerente, em função de
que as linhas de circulação rápida que hoje disponibilizamos no transporte
coletivo, aparentemente, em pontos determinados da Capital, não apresentam
tanta mobilidade. E vou citar aqui dois exemplos: a 3ª Perimetral e a Avenida
do Tesourinha, que têm nos preocupado, porque o transporte coletivo que a nossa
juventude freqüentemente é obrigada a utilizar precisa ter avanços
significativos. E avanço significativo significa permitir que tenhamos, sim,
linhas rápidas, porque hoje o mercado econômico oferece veículos com
financiamento total em 60, 80 e 100 meses, fazendo com que a nossa Cidade se
abarrote de carros. A preocupação que temos de trazer aqui, Ver. Ismael, e eu
quero promover essa discussão, é justamente, Ver. Dib, trabalhar a questão de
como valorizar mais o transporte coletivo, fazer com que o porto-alegrense
saiba, ecológica e ambientalmente falando, em termos de segurança, que o
transporte coletivo tem de ser incentivado.
Portanto,
quero aqui desenvolver essa temática de forma muito eficaz, valorizando não
somente as linhas do transporte coletivo, pelo ônibus, mas garantindo também
que se faça, como o Secretário Senna propôs na última temática de Circulação e
Transportes, a reavaliação de leis que proíbem o avanço de lotações na Região
Sul da Cidade, combinando sempre isso com o trabalho que temos de desenvolver
novas vias para a Capital, que é caso da Av. Vicente Monteggia, onde se prevê a
duplicação da avenida, garantindo acesso a milhares e milhares de pessoas para
a Zona Sul da Capital. Considero, Ver. João Bosco, um tema de suma importância,
devemos aliarmos as nossas forças, aliarmos o Plano Diretor da Cidade ao plano
de crescimento que nós imaginamos para Porto Alegre, consorciado com a
circulação. Vejam, hoje os Vereadores que têm um trabalho diligente com a
comunidade não podem marcar compromissos com meia hora de deslocamento
reservado, porque essa é a condição de circulação na Capital que infelizmente
temos e teremos que tratar de forma eficaz.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Ervino Besson):
Obrigado, Ver. Maurício Dziedricki.
A
Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI:
Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, nós tivemos hoje
de manhã mais uma reunião, presidida pelo Ver. Nereu D’Avila, para tratar da
revisão do Plano Diretor, tivemos a apresentação da Sub-Relatoria, que é o 4°
tema, Projetos Especiais do Centro da Cidade e do Cais do Porto. Fizemos todo o
esforço por entendermos que a questão do Plano Diretor não diz respeito somente
aos Projetos Especiais, por exemplo, o Cais do Porto, ou o Centro em si, mas
também às suas diretrizes; há toda uma complexidade que diz respeito ao Plano
Diretor. Portanto, além dessas questões, Ver. Ervino Besson, nós agregamos
informações colhidas de todas as discussões feitas com o Sindicato dos Portuários,
ou mesmo do Projeto de reformulação do Cais do Porto, que foi apresentado pelo
Governo do Estado na Comissão do Plano Diretor, bem como o Orçamento
Participativo do Centro, as Associações de Moradores, o Sindilojas, o Sindicato
de Bares e Similares, Hotéis, enfim, tudo o que dizia respeito ao Centro e ao
Cais.
Mas
também é necessário compreender que, se discutíssemos o Projeto,
especificando-o em si, cometeríamos erros que não são mais possíveis, que não
cabem ao Plano Diretor, inclusive desviando o foco principal, que é a discussão
com os cinco Grupos Temáticos, que aqui estão sendo discutidos, como os
Projetos Especiais e o Estudo de Impacto de Vizinhança; a Estruturação Urbana,
Programa Viário; Monitoramento do Plano Regulador; Compatibilização do PDDUA
com o Estatuto da Cidade; Paisagem Urbanas: Áreas de Interesse Cultural e
Alturas. Inclusive fizemos um breve Relatório sobre as alterações, para a
compreensão de cada um desses Grupos. Nós procuramos colher também, Ver. Beto
Moesch, Ver. Antonio Dib, considerações de todos os Grupos aqui relatados,
como, por exemplo, o de V. Exª, Ver. João Dib, que trabalhou o Desenvolvimento
Urbano, Estratégias e Modelos Espaciais. Confere, Vereador? Sobre as alterações
na estratégia de Mobilidade Urbana, não obstante as análises e sugestões já
apresentadas no respectivo Relatório com relação à classificação dos tipos de
vias que estruturam a malha urbana.
Outra
questão também é a retomada das Áreas Rurais, que foram eliminadas na lei
atualmente em vigor. Novamente isso é objeto de proposta, inclusive por Emenda
do Ver. João Dib e acolhida pelo próprio Fórum das Entidades, coordenado pela
Verª Neuza Canabarro; como também o Sistema de Planejamento de Adequação ao
Estatuto da Cidade, que vai ser apresentado aqui pelo Ver. Comassetto. E
queremos reforçar nossas preocupações com os artigos relativos ao Conselho de
Desenvolvimento Urbano e às Comissões Técnicas, que estão apresentando
problemas de representatividade e de competência, permitindo decisões
importantes para a cidade de Porto Alegre com pouca fiscalização e controle externos. Há
também a questão do Plano Regulador e das Discussões Finais e Transitórias; o
Relatório Parcial apresentado pela Sub-Relatoria III, pelo Ver. Bernardino
Vendruscolo, aponta as alterações mais significativas referente à redução de
alturas máximas permitidas em parte da Cidade, a Macrozona 01.
Por último, cito a Proteção e Preservação do Patrimônio Cultural e Natural da Cidade: esse tema se inclui na Estratégia de Qualificação Ambiental, no Modelo Espacial, no Sistema de Planejamento, entre o Instrumento de Regulação para a Intervenção no Solo e igualmente se relaciona com os Projetos Especiais de Impacto Urbano.
Portanto, senhoras e senhores, a nossa Sub-Relatoria, com o
apoio da nossa técnica, a arquiteta Elena Graeff, que muito colaborou com esta
Sub-Relatora, traz essas preocupações apontando as considerações iniciais,
dizendo que a “Lei
do Executivo que trata do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de
Porto Alegre - PLCE nº 6.777/07 -, enviado para esta Câmara Municipal, chama a
atenção o tema escolhido para esta Sub-Relatoria. O Projeto apresenta a
legislação que institui o Plano Diretor, e sua análise, em princípio, envolve
seu conteúdo intrínseco, qual seja, princípios, diretrizes, conceitos,
instrumentos, padrões e normas para o uso e ocupação do solo urbano sem
debruçar-se sobre projetos específicos”.
Portanto, senhoras e senhores, em um
esforço não dá para ver tudo, porque são 16 folhas, fizemos todo um exercício hoje
de manhã, todos os Vereadores terão acesso para contribuírem, para adendarem,
porque estamos finalizando um trabalho, trazendo a preocupação e dizendo da
qualificação que o Fórum das Entidades tem dado à revisão do Plano Diretor.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado, Verª
Maristela Maffei.
O Ver. José Ismael
Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo
Sr. Presidente, Ver. Ervino Besson; caros Vereadores e Vereadoras, ontem
tivemos um debate em que houve respostas à intervenção que fizemos a respeito
da nossa Amazônia. Eu não poderia deixar de fazer algumas considerações, porque
houve uma inversão na História do Brasil, estão transformando o Solano Lopes,
pelo que eu ouvi ontem da colega do Partido Comunista, em herói, e o nosso
Duque de Caxias, que cumpriu as ordens do País, lutando pela manutenção da
integridade territorial do País, foi citado com palavras, acho, um pouco
descabidas. Nós, militares, irmãos de farda, vamos nos espelhar sempre nas
atitudes de Caxias, ele foi um daqueles raros heróis brasileiros que cumpriram
todas as suas missões, foi para a reserva com a sua vida lisa, honesta, não se
apoderou de nada, a não ser dos grandes valores do País.
O brado do General Heleno já começou a surtir
efeito. Hoje foi anunciado o aumento dos militares, e não foi por isso que ele
fez a sua manifestação na Amazônia, mas está surtindo efeito. Inclusive, no
jornal Zero Hora de hoje, o nosso Ministro da Justiça já começa a reconhecer.
Leio aqui o que está no jornal Zero Hora (Lê.): “Projeto prevê defesa à frente
do cadastro de organizações estrangeiras. Governo quer limitar a atuação de
ONGs na Amazônia”. E diz: “O Planalto pretende fechar o cerco às organizações
não-governamentais (ONGs) na tentativa de coibir a biopirataria, a influência
internacional sobre os índios e a venda de terras na floresta amazônica”. Quero
deixar ressaltado ainda, para encerrar, porque foi motivo do nosso
pronunciamento de ontem, o manifesto do Partido dos Democratas, a sua
irrestrita solidariedade à atitude do General Heleno, quando fez referência ao perigo que
está correndo a nossa Amazônia. O General veio dar um brado de alerta a todos
nós sobre o que está acontecendo na nossa Amazônia, o que, com certeza, vai
respingar em nós todos, e, se isso realmente vier a acontecer - essas
fronteiras contínuas -, o Estado brasileiro vai deixar de existir.
A
Comissão Nacional dos Democratas, num depoimento de cinco linhas, afirma, entre
outras coisas, mencionarei só a parte final, que (Lê.): “O Brasil não construiu
a democracia para favorecer ilegalidades, seja a pretexto de proteger os
índios, seja com a desculpa de combater injustiças ou sob a alegação de
pretensas reparações a comunidades remanescentes de quilombos. A sociedade
brasileira lutou para conquistar um Estado Democrático de Direito onde ninguém
pudesse agir ao arrepio da lei. É preciso dar um basta aos que se escondem por
trás de supostos movimentos sociais para aumentar o controle estatal da
sociedade. Em vez da luta de classes, o País exige luta contra o crime”. São
essas as manifestações do Partido Democratas a respeito desse episódio.
Também
quero falar em referência à alusão da nobre Verª Margarete Moraes no dia de
ontem, salvo engano, quando ele citou o meu nome no tempo do regime dos militares.
Ela comparou a Saúde, o SUS, de hoje com o daquele tempo. A Vereadora acha que
hoje está melhor do que naquele tempo. Na proporcionalidade dos habitantes, do
que era arrecadado, eu acho que a nobre Vereadora está equivocada. Quiséramos
ter hoje o atendimento da nossa população carente que tínhamos naquela época, e
isso, com certeza, não se faz, porque o atual Governo economiza, e está hoje no
jornal Zero Hora, novamente, o corte de dois bilhões de investimentos sociais
na Saúde. Então, para não deixar passar isso em “brancas nuvens”, trago o nosso
depoimento, Verª Margarete, dizendo que este Vereador aqui, por ser um irmão de
farda, não está engajado com o passado político do País, tanto é que fui servir
bem após o evento de 1964, mas o que interessa a este Vereador, às minhas
convicções, é fazermos desta democracia que nós temos hoje uma democracia
forte, respeitável e um País que tenha uma Nação soberana e íntegra,
principalmente para os brasileiros. Muito obrigado, Sr. Presidente e nobres
Vereadores.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado,
Ver. José Ismael Heinen.
O
Ver. Dr. Raul está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. DR. RAUL: Sr.
Presidente, Ver. Ervino Besson; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, pessoas que nos
assistem pela TVCâmara, eu venho, neste momento de Liderança, falar um pouco
sobre os nossos Programas de Saúde da Família de Porto Alegre. Acreditamos que
eles sejam extremamente importantes para a nossa Cidade, porque, ao longo dos
últimos dez anos no nosso País, esses Programas vêm se firmando como a
estratégia da saúde, principalmente nas comunidades mais pobres. Nós precisamos
efetivamente dar força e fazer com que as coisas aconteçam, para que possamos
ampliar o atendimento das comunidades através dos Programas de Saúde da
Família.
Hoje
em Porto Alegre nós temos 85 deles e 140 unidades de saúde na Cidade.
Precisaríamos, para poder atender toda a comunidade necessitada desses
Programas, de aproximadamente 250 unidades de Programa de Saúde da Família. Nós
sabemos que as dificuldades de contratação desses profissionais pelos Prefeitos
de todo o País se dão em função da Lei de Responsabilidade Fiscal. Nós temos
que quebrar essa estratégica maléfica, pois o Tribunal de Contas, muitas vezes,
colocando as restrições através da Lei de Responsabilidade Fiscal, faz com que
os nossos Prefeitos não se sintam à vontade para colocar o número necessário de
profissionais nos Programas de Saúde da Família. Nós sabemos que esses
Programas atendem a parte mais necessária, que é a prevenção primária, o
reconhecimento no local onde estão realmente os problemas de saúde daquelas
pessoas que nem chegam aos postos de saúde, porque, muitas vezes, elas não
querem, ou não são levadas, ou vão deixando as doenças proliferarem.
Em
cada Programa desses nós temos: um médico de saúde da família - que é o médico
de família e comunidade -, uma enfermeira, dois técnicos de enfermagem e muitas vezes quatro
ou seis agentes comunitários de saúde, que atendem em torno de 250 famílias
cada um, ou seja, eles têm uma relação direta com as famílias. Hoje, inclusive,
estão trabalhando, além dos agentes contratados mais recentemente, em número de
300, no combate à dengue. Esses agentes comunitários de saúde também se
associam a esse trabalho, que é um trabalho para que a gente não deixe a
epidemia carioca e brasileira vir nos atingir.
Tenho, inclusive, alguns projetos no sentido de
fazer com que sejam valorizados os profissionais da saúde da família na nossa
Cidade. Um deles, sobre o qual conversei com o Presidente da Sociedade Medicina
de Família e Comunidade, é o que cria o Dia do Médico de Família e de
Comunidade no Município de Porto Alegre, dia 05 de dezembro. É uma estratégia
nacional no sentido de que em vários Municípios se crie esse dia para valorizar
essa profissão tão necessária, porque esse profissional atende a uma demanda
que outros não atendem, ou seja, ele atende à Clínica, atende à parte de
Ginecologia, à parte de Pediatria, merece realmente um reconhecimento amplo como
profissão.
Também gostaria de dizer que nós temos, em parceria
com o Ver. Oliboni, um Projeto que cria o Dia do Agente Comunitário de Saúde,
que é essa pessoa que está lá, junto com a comunidade, fazendo o seu trabalho,
prospectando doenças, fazendo com que as pessoas se vacinem, fazendo com que as
gestantes vão aos postos de saúde, enfim, eles merecidamente têm que ter o seu
dia. E o Programa de Saúde da Família merece realmente ter uma Semana
específica na cidade de Porto Alegre, em que vão ser desenvolvidas ações
protagonistas para que essa estratégia passe não só para aquelas pessoas menos
favorecidas, que é o segmento normalmente mais atingido, mas que passe a ser
uma estratégia de toda a Cidade, fazendo com que as pessoas se preocupem em
todos os níveis e entendam que, com os Programas de Saúde da Família realmente
funcionando, vamos ter uma diminuição muito grande do número de pessoas que
procuram os nossos hospitais, vamos poder dar um serviço mais qualificado na
área da Saúde Pública. Obrigado e saúde a todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Muito
obrigado, Dr. Raul.
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. Nº 7928/07 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 248/07, de autoria dos Vereadores Bernardino Vendruscolo e João
Antonio Dib, que altera o art. 29 da Lei nº 7.595, de 17 de janeiro de 1995, e
alterações posteriores, que dispõe sobre o processo de eleição dos Conselhos
Tutelares no Município de Porto Alegre e dá outras providências, disciplinando
o voto do eleitor nas eleições para conselheiros tutelares.
PROC. Nº 1887/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 048/08, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que denomina Rua Miguel
Olvicto dos Santos o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua Quatro –
Vila São Francisco –, localizado no bairro Lomba do Pinheiro.
PROC. Nº 2130/08 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 019/08, que autoriza o Executivo Municipal a doar ao Centro Federal
de Educação Tecnológica de Bento Gonçalves (CEFET-RS) área total de 78.086m2,
situada na Quadra F, do loteamento do Distrito Industrial da Restinga,
para fins de implementação de Escola Técnica Federal, e dá outras providências.
PROC. Nº 2201/08 –
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 019/08, de
autoria do Ver. João Antonio Dib, que concede o Troféu Câmara Municipal de
Porto Alegre ao Senhor Jorge Guilherme Bertschinger.
PROC. Nº 2243/08 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 072/08, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre
ao Senhor Ruy Lopes Filho.
PROC. Nº 4597/06 –
SUBSTITUTIVO Nº 02, de
autoria do Ver. Ervino Besson, que altera a ementa e o art. 1º, “caput”,
da Lei nº 4.555, de 30 de abril de 1979, e alterações posteriores, aumentando o
número de licenças concedidas pelo Executivo Municipal para o exercício do
comércio ambulante em estandes padronizados para conserto de fechaduras,
serralheria de chaves e atividade de despachante e excluindo o exercício desse
comércio em veículos, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 198/06, de
autoria da Verª Maristela Meneghetti.
PROC. Nº 1716/08 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 013/08, de
autoria do Vereador Ervino Besson, que altera o art. 7º da Resolução nº 2.083,
de 7 de novembro de 2007, dispondo sobre a vigência dessa Resolução.
PROC. Nº 1833/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 046/08, de autoria do Vereador Nereu D’Avila, que denomina Rua Jorge
Milton Oliveira o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua Cinco – Vila
Mapa II –, localizado no bairro Lomba do Pinheiro.
PROC. Nº 1877/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 047/08, de autoria do Vereador Nereu D’Avila, que denomina Rua Laory
Bento de Oliveira o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua Sete – Vila
Mapa II –, localizado no bairro Lomba do Pinheiro.
PROC. Nº 2046/08 –
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 018/08, de
autoria do Ver. José Ismael Heinen, que concede o Troféu Câmara
Municipal de Porto Alegre ao Grêmio Beneficente - GBOEX.
2ª SESSÃO
PROC. Nº 1368/08 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 009/08, de
autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que concede o Diploma Honra ao Mérito
à Professora Laureci Catarina Martins Gulart.
PROC. Nº 1397/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 037/08, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que concede o título
honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Senhora Erika Antoinette Wilhelmine
Coester Kramer.
PROC. Nº 1822/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 044/08, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que denomina Rua
Antônio Teixeira Morales o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua Dois –
Vila Mapa II –, localizado no bairro Lomba do Pinheiro.
PROC. 1832/08 – PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 045/08,
de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que denomina Rua Darci Marques da Silva o
logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua 8 – Vila Mapa II –, localizado no
bairro Lomba do Pinheiro.
PROC. Nº 2022/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 054/08, de autoria do Ver. Ervino Besson, que denomina Rua
Pedro Andrea Besson o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua Um –
Rua Dona Mariana –, localizado no bairro Restinga.
PROC. Nº 2030/08 - PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 056/08, de
autoria do Ver. Dr. Raul, que institui, no Município de Porto Alegre, o Dia do
Médico de Família e de Comunidade, a ser comemorado anualmente, no dia 5 de
dezembro.
PROC. Nº 2049/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 060/08, de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua
Alter-Real o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua Treze – Vila Mapa II
–, localizado no bairro Lomba do Pinheiro.
PROC. 2121/08 – PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 064/08,
de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua São Luiz Gonzaga o
logradouro público não-cadastrado, conhecido como Rua 3023.
PROC. 2228/08 – PROJETO
DE LEI DO EXECUTIVO Nº 020/08,
que altera, na Lei nº 6.309, de 28 de dezembro de 1988, especificação da classe
de cargo de provimento efetivo de Assessor para Assuntos Jurídicos.
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Nobre Ver.
Ervino Besson, que preside esta Sessão, minhas senhoras e meus senhores. Leio o
art. 229 do Regimento Interno (Lê.): “O Líder, a qualquer momento da Sessão,
exceto na Ordem do Dia, poderá usar da palavra por cinco minutos, sem aparte,
para comunicação urgente e de excepcional importância [...]” de interesse de
sua Bancada. Vejam: urgente e de excepcional interesse. Eu gostaria de saber
quantas Comunicações de Líder hoje foram urgentes e de excepcional interesse.
Com exceção da Comunicação da Verª Margarete Moraes, que fez uma denúncia, eu
gostaria de saber quais foram. Agora, a Pauta é um momento dos mais importantes
da Sessão Legislativa, é um dos mais importantes, é quando o Vereador toma
conhecimento dos Projetos que entram na Casa, para depois não votarem - como eu
já tenho visto aqui - sem saber o que estão votando. Então, talvez fosse
conveniente que nós retirássemos do Grande Expediente as Comunicações e
deixássemos só as Comunicações de Líder, porque daria mais tempo para a Pauta.
O Ver. Bernardino Vendruscolo, junto com este
Vereador, tem um Projeto de Lei absolutamente simples, alterando a forma de
votação nos Conselhos Tutelares, um artigo só diz que o eleitor votará na mesa
receptora correspondente à sua zona eleitoral, podendo escolher apenas um
candidato de qualquer microrregião existente. Quando nós somos votados para o
cargo de Vereador, apenas um nome é votado para Vereador e não cinco. Então
cada um vai fazer a sua campanha sozinho, e não aqueles arranjos que fazem e
que dificultam a escolha por parte do eleitor, o que, de repente, possibilita que
ele não escolha os melhores conselheiros tutelares.
O Prefeito de Porto Alegre está mandando um Projeto
de Lei da mais alta relevância - entendo eu - para a Cidade e que merece ser
conhecido na Pauta pelos Srs. Vereadores. Ele está solicitando autorização para
doar ao Centro Federal de Educação Tecnológica de Bento Gonçalves, do Rio
Grande do Sul, uma área total de 78.086m2, área situada na Quadra F, do
loteamento do Distrito Industrial da Restinga, para fins de implementação da
Escola Técnica Federal e dá outras providências. Leio: “O Plano de Expansão da
Rede Federal de Educação Tecnológica constitui-se na iniciativa do Governo
Federal” - diz o Prefeito - “por intermédio do Ministério da Educação, de
implantar, nos próximos quatro anos, 150 novas unidades na Rede Federal de
Educação Tecnológica, oferecendo ao País condições favoráveis à formação e
qualificação profissional nos diversos níveis e modalidades de ensino, suporte
ao desenvolvimento da atividade produtiva, oportunidades de geração e disseminação
de conhecimentos científicos e tecnológicos, e estimulo ao desenvolvimento
socioeconômico em níveis local e regional”.
Eu disse que era de extrema importância. Por que a
Coréia cresceu da forma como cresceu? Porque o ensino foi da melhor categoria.
Por que o Japão cresceu da forma que cresceu? Porque o ensino lá foi ministrado
da melhor maneira possível. E agora está o Governo Federal, que merece o nosso
elogio, tentando profissionalizar mais e mais. E o Prefeito manda um Projeto
com a descrição perfeita do que está sendo doado, lote por lote. Dezessete
lotes serão integrados nessa Quadra F, formando os 78.086m2, que ele propõe de
doação, para que tenhamos em Porto Alegre, lá no Distrito Industrial da
Restinga, que está lá criado há tantos anos e pouco utilizado é, uma Escola
Federal de Educação Tecnológica. Isso é importante, é assunto até para
Comunicação de Líder. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O
Ver. João Bosco Vaz está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste.
O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, demais pessoas que
nos acompanham, neste período de Discussão Preliminar de Pauta - para que os
que não estão acostumados com o nosso jargão, isso significa o debate dos
Projetos no momento em que eles chegam à Casa, sem que ainda sejam votados -,
quero continuar abordando o Projeto do Executivo sobre o qual o Ver. João
Antonio Dib se pronunciou há pouco. É importante dizer - em outras
oportunidades, eu tenho falado nisso - que, se o Presidente Lula não tivesse já
uma herança importantíssima para deixar ao nosso País, como nós estamos
vivendo, agora, a situação da economia... Hoje os jornais trazem a informação
de que em março de 2008, comparado a março de 2007, nós tivemos um crescimento
de 40% dos empregos com carteira assinada, e esse é um mês de pouca geração de
emprego, foi uma coisa espetacular o que aconteceu. Então, se o Presidente Lula
não deixasse para o País essas heranças positivas, este Projeto ao qual a
Prefeitura de Porto Alegre se integra já seria suficiente para justificar a
passada do Presidente Lula pela Direção do País.
No primeiro mandato, Ver. Luiz Braz, o Governo
Federal - e essa é uma informação que quase não se divulga - construiu ou
federalizou cerca de 120 escolas técnicas no País inteiro. E agora, no segundo
mandato, o Presidente Lula vai construir mais 150 escolas no País inteiro -
está na própria Exposição de Motivos do Sr. Prefeito -, significando, em oito
anos, mais 270 escolas técnicas em cidades-pólo no Brasil inteiro. Dessas
novas, das 150, o Rio Grande do Sul vai receber onze escolas. E Porto Alegre,
que não tinha... Porto Alegre até hoje é a única capital brasileira que não tem
um Centro Federal e Educação Tecnológica, o chamado Cefet. É decisão do Governo
Federal, no segundo mandato do Presidente Lula, construir em Porto Alegre um
Cefet. Frise-se, observe-se que o Prefeito era - agora não é mais, porque está
no PMDB - até há pouco tempo de um Partido de oposição ao Governo Federal. Mas
isso não foi levado em conta, de forma nenhuma, pois já havia decidido. O
Governo Federal vai construir em Porto Alegre um Cefet, uma grande estrutura,
com cerca de dois mil alunos, uma escola técnica federal gratuita, portanto, de
alta qualidade, que, além de ter o nível médio, vai ter também o ensino
profissionalizante.
E houve uma mobilização muito grande das pessoas,
de uma série de lideranças da Restinga, que terminou puxando para aquela região a construção
dessa escola. Não será uma escola técnica da Restinga, ela será uma escola
técnica de Porto Alegre construída na Restinga, por mobilização de pessoas que
sensibilizaram o Prefeito Municipal e sua equipe. Então, com isso a contrapartida
da Prefeitura está sendo ceder a área, é o Processo que estamos discutindo
agora. Eu acho que uma das coisas mais bonitas que nós podemos fazer aqui como
Vereadores é participar desse processo, porque Porto Alegre terá uma escola de
alta qualidade bancada pelo Governo Federal, a ser construída a partir deste
ano na Restinga. A comunidade já está discutindo quais cursos serão ministrados
naquela localidade. E por que o Cefet de Bento Gonçalves? Porque um Cefet
existente é um tipo de padrinho para aquele que vai ser construído, e, por essa
lógica, passar para esse de Bento Gonçalves.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: É necessário
fazer uma Emenda, mas não tira o mérito do Projeto. Quero, inclusive, elogiar,
Ver. João Antonio Dib, porque junto ao Projeto de Lei está o processo azul, que
tramitou no Executivo e que permite, inclusive, fazer toda a análise da
tramitação interna. Então, a Prefeitura de Porto Alegre se integra a esse
importantíssimo Projeto do Governo Federal. Cumprimentos ao meu companheiro
Presidente da República por esse grande projeto, que vai levar qualificação à
nossa juventude. E sem falar, inclusive, no ProUni, que leva, com recursos do
Governo Federal, jovens - são 200 mil no País hoje - para a universidade. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, só para comunicar - até para reforçar a importância do que foi
referido na tribuna - que nós protocolamos nesta Casa, a partir da discussão
junto com o Presidente do Ceitec, do TecnoPUC, da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul e de todas as escolas estaduais e municipais da Lomba do
Pinheiro, onde está instalado o Ceitec, uma Audiência Pública. Primeiro, para
um esclarecimento do Governo Federal se só será instalada uma escola técnica em
Porto Alegre, e já estamos reivindicando também uma escola junto ao terreno,
onde já tem a Escola Estadual Simões Lopes Pires, para ampliar os trabalhos.
Discutiremos também o Projeto Lomba do Silício, para instituirmos, na cidade de
Porto Alegre, um Parque Industrial relacionado à Ciência e à Tecnologia.
O
SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Muito
obrigado, Ver. Maristela Maffei.
O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.)
Ausente. O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre
Presidente, Ver. Ervino Besson; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
público que nos acompanha pelo canal 16, na Pauta de hoje há inúmeros Projetos,
dentre os quais eu gostaria de destacar o Projeto do Ver. Dr. Raul, que
institui no Município de Porto Alegre o Dia do Médico de Família e de
Comunidade. Nós sabemos que em Porto Alegre muito se tem falado em Saúde.
Inclusive, uma das grandes preocupações dos cidadãos e das cidadãs - tema
pesquisado pelo jornal Zero Hora - tem sido a Saúde Pública. O descaso com a
Saúde é tão grande que o número de usuários que estão na fila aguardando para
consultas ou cirurgias a cada dia tem aumentando, isso dito pelas próprias
unidades de saúde de Porto Alegre.
A
Comissão de Saúde e Meio Ambiente tem visitado, nos últimos dias, cerca de 30
unidades de saúde. Esses médicos de família, das unidades de saúde, têm
mostrado para nós, juntamente com os funcionários, e nós registramos, pilhas de
solicitações de consultas que não são possíveis marcar, que se tem dificuldade
em marcar. O melhor presente que poderíamos dar ao médico de família é dizer a
ele que o cidadão que vai consultar com ele - o profissional, o médico de
família - está tendo a contrapartida, isto é, está conseguindo marcar consulta
por especialidade. Muitas vezes, quando a pequena unidade de saúde consegue
marcar a consulta, quando essa informação chega ao usuário, muitos deles já são
falecidos, Ver. Luiz Braz. Isso aconteceu em vários Governos.
Se
nós tivéssemos um regramento melhor, em que a unidade de saúde não ficasse
apenas lá no telefone para marcar a consulta, mas que o trabalhador da saúde da
unidade de saúde tivesse a liberdade de ir à Central de Marcação e não somente
ficar no telefone, isso para que, no dia seguinte, já tivesse a contrapartida
em mãos, aí nós teríamos condições de atender a mais de cem por cento da
demanda existente. Enquanto isso não acontecer, prevalece a prioridade para o
interior do Estado, não que sejamos contra o atendimento ao cidadão ou à cidadã
do interior do Estado, mas é que a Central de Marcação, pela manhã, atende às
solicitações do interior do Estado, através das Secretarias Municipais de
Saúde, e, à tarde, marca para Porto Alegre. Ora, se nós, Porto Alegre, somos o
gestor e inclusive defendemos a aprovação da PEC nº 29, que vai responsabilizar
os Municípios de encaminharem os seus pacientes de origem, para que não se
fique apenas nesta situação de hoje - nobre cidadão, líder comunitário
Euclides, que está aqui nos ouvindo - de que é mais fácil o Prefeito comprar
uma ambulância do que construir um hospital, vamos ter que criar um mecanismo
para os responsabilizar mais, para que eles também tenham que buscar recursos
ou projetos para aprovar em Brasília.
Então,
nesse sentido queremos dizer que é bem-vindo o Projeto do Ver. Raul, à medida
que nós valorizarmos não só o atendimento, mas também a contrapartida que esses
profissionais estão aguardando nas unidades de saúde, porque a pressão sobre o
atendimento ou o atendimento de contra-referência que não vem é sobre o
profissional que fica lá na unidade de saúde. E esse cidadão, esse trabalhador
está sendo pressionado pelo sistema, que não está fluindo direito.
Nesse
sentido, quero parabenizar a iniciativa do Dia do Médico de Família e de
Comunidade, dia 05 de dezembro, e, ao mesmo tempo, me solidarizar à enorme
dificuldade que têm esses cidadãos, esses profissionais que não estão tendo do
gestor público a resolutividade necessária e urgente. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. ERVINO BESSON: Obrigado,
Ver. Aldacir Oliboni.
O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.)
Ausente. O Ver. Dr. Raul está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.)
Ausente. Encerrada a discussão da Pauta.
Havendo
quórum, passamos à
O
SR. JOÃO BOSCO VAZ (Requerimento): Quero
fazer uma solicitação. Há um Projeto deste Vereador e do Ver. Ibsen Pinheiro
que é o terceiro para votação na Ordem do Dia. Nós queríamos inverter a ordem
de votação dos trabalhos do dia de hoje e votar primeiro esse Projeto, porque
temos um compromisso, e a Bancada precisa sair. Já falei com o Líder do Governo
e com as outras Bancadas para poder fazer esse acordo.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Eu
só queria reforçar o pedido, tendo em vista que pessoas interessadas estão aqui
já há algum tempo esperando.
O
SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Em
votação o Requerimento de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que requer a
alteração da ordem de votação dos Projetos constantes na Ordem do Dia. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 4042/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 176/06, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que inclui §§ 1º e 2º
no art. 1º da Lei nº 5.090, de 8 de janeiro de 1982, alterada pela Lei
Complementar nº 364, de 28 de dezembro de 1995, que dispõe sobre a utilização e
exploração de publicidade em veículos de aluguel providos de taxímetro,
encarregando o órgão competente do Executivo Municipal de manter cadastro dos
sindicatos, associações e cooperativas representantes da categoria dos taxistas
e a estes de expedir autorização de publicidade. Com Emenda nº 01.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto e da Emenda nº 01.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia por força do
art. 81 da LOM, em 13-12-06;
- discutiram a matéria os Vereadores
C.Maranhão e A.Sell em 22-02-07;
- adiada a discussão por uma Sessão.
O
SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Em
discussão o PLL nº 176/06. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação.
(Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar a votação do PLL
nº 176/06.
O
SR. ADELI SELL: Ver.
Ervino, em meu nome e da minha Líder, Verª Margarete Moraes; do Ver. Guilherme,
do Ver. Oliboni, da nossa Bancada, estou aqui para dizer que votaremos
favoravelmente o Projeto, até porque é preciso sinalizar que as instituições
representativas de classes devem ter liberdade de escolha. Primeiro, de
organização, como já diz a própria Constituição, como sindicato, associação,
cooperativa, clube, etc. e tal, e que possa negociar o melhor preço, a melhor
conveniência da publicidade colocada nos táxis, porque nós sabemos da luta, da
labuta, do trabalho importante que tem a categoria dos taxistas, Ver. Bosco,
pela sua sobrevivência. Hoje a gente sabe o peso e a importância que tem a
publicidade. O monopólio sempre foi um equívoco, ainda mais quando ele serve
apenas a uma instituição, a um setor delimitado de uma categoria profissional.
Nós temos que ampliar e dar liberdade de escolha para a categoria dos taxistas,
para que o homem e a mulher do volante, que trabalham com essa insegurança
brutal das nossas cidades, tenham algo a mais do que a publicidade no seu
carro. Falei em meu nome e em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O
Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº
176/06.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, rapidamente, eu não
vou usar os cinco minutos, apenas para falar da importância da categoria dos
taxistas. Sobre esse aspecto da publicidade, da veiculação e publicidade no
veículo - não li o Projeto, sou sincero e franco em dizer -, entendo que até o
taxista autônomo, aquele que só tem o carro dele, não é ligado a nenhum
sindicato, não é ligado a nenhuma associação, deveria ter o direito de chegar
numa empresa e vender o espaço para a publicidade no seu carro. E, com o
Projeto, que vem abrindo para as associações e individualmente, eu acho que não
estaremos fazendo nada absolutamente de errado, mas dando condição até de
criatividade para os senhores taxistas, porque daqui pouco, individualmente,
ele consegue um patrocinador para o seu carro, como a Unimed, por exemplo, de
onde ele vai tirar a assistência médica para a sua família. Se for enumerar
aqui o que o taxista pode conseguir se tiver sorte, se ele realmente se
produzir e vender o seu carro... Não vejo nenhum mal, devemos aprovar e
aprimorar sempre tudo aquilo que vem em benefício dessa classe, de que nós
tanto necessitamos todos os dias e a todo momento. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini):
O Ver. Nilo Santos está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº
176/06.
(Não
revisado pelo orador.)
Em
votação a Emenda nº 01 ao PLL nº 176/06. (Lê.) ”Altera a Ementa do PLL nº
176/06, substituindo a expressão ‘§§ 1º e 2º’ por ‘parágrafo único’, suprimindo
a expressão ‘encarregando o órgão competente do Executivo Municipal de manter
cadastro’, e modificando a expressão ‘dos sindicatos, associações e
cooperativas representantes da categoria dos taxistas e a estes expedir
autorização de publicidade’, para dar-lhe a seguinte nova redação: ‘Institui
parágrafo único no art. 1º da Lei nº 5.090, de 08 de janeiro de 1982, alterada
pela Lei Complementar nº 364, de 28 de dezembro de 1995, que dispõe sobre a
utilização e exploração de publicidade em veículos de aluguel providos de
taxímetro, cabendo aos sindicatos, às associações e às cooperativas
representantes da categoria dos taxistas a expedição da autorização de
publicidade’. Suprime o § 1º do art. 1º do Projeto, que passa a constar com
parágrafo único.” (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADA.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 9897/07 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 042/07, que cria 06 (seis) Funções Gratificadas de
Vice-Diretor de Escola no quadro do Magistério Público Municipal e dá outras
providências. Com Emenda nº 01.
Parecer:
-
da CCJ. Relator Ver. Nereu D'Avila: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para tramitação do Projeto.
Observações:
- incluído na
Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 23-04-08;
- para aprovação, voto favorável
da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, III, da LOM.
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Em
votação nominal, solicitada pela Verª Maristela Meneghetti, o PLE n° 042/07.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 23 votos SIM e
01 voto NÃO.
Em
votação a Emenda n° 01 ao PLE nº 042/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, com o voto contra da Verª Maristela Meneghetti.
VOTAÇÃO
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 0079/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 007/06, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que
dá nova redação ao art. 1º e inclui art. 1-A na Lei nº 8.196, de 22 de julho de
1998, que dispõe sobre a exibição de animais da fauna exótica, para fins
artísticos de diversões públicas, comerciais, culturais, científicos,
promocionais, ou de qualquer outra natureza, por estabelecimentos de caráter
transitório, proibindo a exibição de animais exóticos amestrados para fins de
diversão pública. Com Emenda nº 01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Valdir Caetano: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CEFOR. Relator
Ver. Professor Garcia: pela
aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Alceu Brasinha:
pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da COSMAM.
Relator Ver. Aldacir Oliboni:
pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia em 14-12-06;
- adiada a votação por uma Sessão.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Em votação o PLL nº 007/06.
(Pausa.) O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar a votação
do PLL nº 007/06.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO:
Sr. Presidente, Ver. Todeschini; Srs. Vereadores, essa modificação à Lei nº 8.196,
que se refere à exibição de animais da fauna exótica para fins artísticos de
diversões públicas ou de qualquer outra natureza, acrescenta o § 5º: “É proibida
a exibição de toda e qualquer espécie de animal exótico em vias públicas, ainda
que domesticado, bem como sua utilização em exibições de diversões públicas”.
Os animais que são produtos da nossa terra são
chamados de endóticos. Exóticos são aqueles que vêm de outros locais em que não
é comum a espécie. Por exemplo, um elefante não é um animal comum na cidade de
Porto Alegre, esse é um animal exótico. E todos os animais que não são comuns à
nossa fauna são chamados de exóticos. Em geral, eles são adquiridos por donos
de circo, em geral são domados, domesticados e, muitas vezes, precisam ostentar
ferocidade para aparecerem nos circos. Aí, então, nós temos filmagens, fotos,
documentação, ocorrências policiais e registros do que fazem com esses animais
para despertar sua ferocidade, inclusive arrancando as unhas dos animais, como
uma prática absolutamente comum, com denúncias fortíssimas de maus-tratos a
esses animais, forçando, de uma forma desumana, o sofrimento para fins de
exibição. Os circos, hoje, na Europa, todos são proibidos de exibir animais
exóticos, todos eles derivaram para questões de magia, de ginástica, de
exercícios e de outras acrobacias; eles deixam de exibir animais. As legislações do mundo inteiro hoje
proíbem a exibição de animais exóticos. Porto Alegre não podia ficar atrás,
porque todos animais de circo aqui foram flagrados, em inúmeras ocasiões, nos
mesmos circos, alguns famosos, com questões de alimentação, com questões de
maus-tratos durante os treinamentos.
Por
fim, para os despertar nos espetáculos na sua forma agressiva e serem então
domados, eles foram submetidos a todo tipo de torturas e sofrimentos. Com isso,
eu, que presido o Fórum de Proteção aos Animais, me senti na obrigação de
modificar a lei, proibindo a exibição de todo e qualquer animal exótico em
circo. Chegou o circo na cidade de Porto Alegre? É proibido qualquer tipo de
animal exótico, seja ele domesticado ou não nas vias públicas, bem como a sua
utilização em exibições de diversões públicas, que foi como a lei caracterizou
os circos.
Então,
eu pediria aos Vereadores que aprovassem e providenciassem a votação deste
Projeto pelas péssimas notícias que tem chegado no Fórum de Proteção aos
Animais, e principalmente porque eu acho que um dia esta Cidade deve banir do seu
panorama todo e qualquer espetáculo que submeta os animais aos maus-tratos.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O
Ver. Beto Moesch está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 007/06.
O
SR. BETO MOESH: Sr. Presidente,
Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, tenho dificuldade de votar o
Projeto, porque não tenho conhecimento dele, uma matéria que deveria ser...
Ver. Claudio Sebenelo, V. Exª tem se dedicado muito a esse assunto, mas na
minha opinião já é proibida pelo Código de Posturas a exibição de animais -
qualquer tipo de animal - em circo. Isso já está no Código de Posturas; foi
aprovado, se não me engano, por esta Casa em 2002, em virtude de uma
mobilização muito bem-feita pela sociedade, principalmente pelas ONGs que lidam
com o bem-estar animal.
O
que é fauna exótica, Ver. Claudio Sebenelo? Fauna exótica é a fauna
não-autóctone, é toda fauna que não é nativa. Então a fauna nativa pode ser
exibida? Para fins artísticos de diversão pública, comerciais, culturais,
científicos, promocionais, eu concordo, mas aqui teria que incluir a fauna
nativa também. Por estabelecimentos de caráter transitório proibindo a exibição
de animais exóticos - novamente, animal exótico é o não-autóctone, é aquilo que
não é nativo... Por exemplo, hoje os jornais mostram um animal ameaçado de
extinção, é nativo e não está incluído aqui. A capivara é um animal nativo,
então pode ser exibido? É o que está no Projeto de Lei. Então, tem mérito o
Projeto, Ver. Sebenelo, mas talvez precisássemos aprimorar o PLL e incluir a
fauna nativa. Fauna exótica, isso é conceito legal, está no Código Estadual do
Meio Ambiente, está na Lei dos Crimes Ambientais. Fauna exótica é aquela
não-incidente naquele ecossistema. Então, por exemplo, aqui é proibido expor
tigre, mas pode capivara. Só para tentar ilustrar e tentar ser didático.
O
Sr. Claudio Sebenelo: V.
Exª permite um aparte?
O
SR. BETO MOESCH: Infelizmente
não é possível, porque estou encaminhando, Ver. Sebenelo. De qualquer maneira,
Vereador, aqui também diz que a fiscalização das disposições dessa lei compete
à Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Por quê? E a SMIC? Isso é muito mais
referente à SMIC do que à SMAM, porque é comercial, isso aqui é SMIC. E mais:
não pode o Poder Legislativo dizer qual é o órgão que vai... Desculpe-me, mas
tem vício de origem. A fiscalização das disposições dessa lei compete à
Prefeitura, alguma coisa assim, mas não à SMAM. Até pode ser, na minha opinião,
SMAM com SMIC, mas a SMIC tem a atribuição principal, porque nós estamos
lidando com uma matéria de competência da SMIC. Por quê? Fins artísticos de
diversões públicas, isso não é com a SMAM; comerciais, SMIC; culturais,
Secretaria da Cultura; científicos, também SMIC.
Eu
quero dizer, Ver. Sebenelo, que estamos encaminhando favoravelmente o Projeto
por uma questão de mérito, mas entendo que deveríamos - na minha opinião, como
colaboração, porque tem mérito - aprimorar o PLL e incluir a fauna nativa, não
estabelecer só a exótica. Temos de tutelar principalmente a fauna nativa, para
preservarmos os nossos ecossistemas, a nossa biodiversidade temos de tutelar,
Ver. Dr. Raul, que foi partícipe na discussão do Código Municipal do Meio
Ambiente. Nós temos de tutelar principalmente a fauna nativa, claro que a
exótica também, mas é a nativa que está sucumbindo.
Então,
tem mérito. Parabenizo-o por enfrentar um tema polêmico como esse, mas entendo
que esta Casa deveria se recolher ainda por alguns dias e apresentar um Projeto
de Lei que inclua a fauna nativa e que inclua também a SMIC, a Saúde e a
Cultura como órgãos tão responsáveis quanto a SMAM para fiscalizar a futura
lei. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini):
Em votação o PLL nº 007/06. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em
votação a Emenda nº 01 ao PLL nº 007/06 que suprime o art. 2º do Projeto e
renumera o art. 3º. “Art. 1º A - A fiscalização das disposições desta lei
compete à Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMAM)”. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 17h21min.)
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